Siga o dinheiro! Uma das máximas mais famosas do jornalismo investigativo, celebrizada na apuração rigorosa dos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, no caso Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon, nos Estados Unidos, tem sido utilizada, com sucesso, para sufocar o crime organizado no Rio Grande do Sul.
Acerta a cúpula da segurança pública gaúcha. E os resultados devem ser comemorados: a queda, pelo segundo ano consecutivos nos índices de criminalidade.
Para o leitor, a cada nova manchete diária, podem parecer repetitivas as operações policiais - apreensões de armas, sequestros de imóveis, veículos e valores de organizações criminosas, como do Vale do Sinos, nesta semana. Mas essas são chave para desarticular a fonte de renda das facções.
Atingem o âmago dos bandidos, cortando logística e capacidade de articulação. Sem falar que semeiam, entre os chefes das quadrilhas e seus capangas, a desconfiança: o medo da traição.
É importante que as polícias recebam investimentos em armas e viaturas - além de salário digno. O policial é fundamental no front. Mas tão relevante quanto é o agente sentado atrás do computador, analisando, com olhos de lince, dados de órgãos de controle e estatísticas para identificar padrões de comportamento suspeitos, que possam levar ao congelamento e o confisco de recursos financeiros.
Essa é uma função para a qual a tecnologia se torna aliada, uma vez que tem grande capacidade para vasculhar massas enormes de dados em busca de identificar corporações de fachada, verificar hierarquias e estabelecer conexões entre redes criminosas. Trata-se de inteligência. Humana ou artificial.