A realização de uma live pelo Instituto Humanitas (IHU), da Unisinos, na terça-feira (9), provocou uma nota de repúdio por parte da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs). O motivo principal é o título do evento: "Israel e o genocídio em Gaza".
A live contou com a participação do reitor da Universidade de Brasília (UNB), José Geraldo de Sousa Júnior, e do jornalista Luiz Cláudio Cunha.
Assinada pelo presidente da Firs, Marcio Chachamovich, o texto afirma que "a mentirosa acusação de Genocídio visa tão somente banalizar o que ocorreu com o povo judeu durante o regime Nazista, que tinha por política o extermínio de um povo, o que não ocorre em Gaza".
A coluna procurou a assessoria de imprensa da Unisinos, que respondeu na tarde desta quarta-feira. A universidade afirmou que o "IHU tem como missão o diálogo entre diversas áreas do conhecimento, promovendo a integração entre cultura, ética, ciência, tecnologia, sociedade e teologia pública". Também destacou que rejeita "veementemente" o antissemitismo. (leia nota na íntegra ao final do texto)
A nota de repúdio da Firs foi publicada no próprio site da Humanitas, que organizou o evento.
A seguir, a íntegra da nota da Firs
"A Federação Israelita do Rio Grande do Sul vem manifestar seu repudio ao evento realizado pelo Instituto Humanitas da UNISINOS, cujo título do debate afirma que Israel comete genocídio em Gaza.
É importante esclarecer que as alegações de que Israel estaria cometendo genocídio em Gaza são infundadas e não refletem a realidade dos eventos na região. A acusação falaciosa tem por objetivo subverter os fatos, relevando o massacre perpetrado pelo Grupo Terrorista Hamas, no dia 07/10, o maior massacre de judeus desde o Holocausto.
A mentirosa acusação de Genocídio visa tão somente banalizar o que ocorreu com o povo judeu durante o regime Nazista, que tinha por política o extermínio de um povo, o que não ocorre em Gaza.
Israel trava uma guerra contra o grupo terrorista Hamas e não contra o povo palestino. A tentativa de promover o genocídio ocorreu no dia 07/10, quando os terroristas tentaram implementar o que consta nos seus estatutos: o fim do Estado de Israel, assassinando, estuprando e torturando milhares de civis inocentes.
A realização de um evento em um ambiente acadêmico deve primar pela postura imparcial, respeitando a verdade dos fatos, dando voz a quem não pactua com uma narrativa distorcida, deixando que cada um tire suas conclusões, o que não ocorreu no evento de hoje.
A reiterada propagação de mentiras faz com que esta pareça uma verdade. E isso já ocorreu num passado recente, cujas consequências geraram a morte de milhões pessoas. Entre elas, 6 milhões de judeus."
A seguir, a íntegra da nota da Unisinos
"A Unisinos acompanha com atenção as manifestações decorrentes do recente evento organizado pelo Instituto Humanitas Unisinos (IHU) que abordou o conflito em Gaza. O IHU tem como missão o diálogo entre diversas áreas do conhecimento, promovendo a integração entre cultura, ética, ciência, tecnologia, sociedade e teologia pública. Após avaliar as repercussões do evento realizado na última terça-feira, o IHU publicou em seu site a nota da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, assegurando assim a diversidade de opiniões, em consonância com seu compromisso de fomentar ambientes plurais e democráticos de debate. Importante destacar que a Unisinos rejeita veementemente o antissemitismo, assim como qualquer forma de desrespeito à dignidade e aos direitos humanos. Além disso, defende que a paz requer o respeito ao diálogo, o que implica evitar que acusações prevaleçam sobre a genuína busca pelo entendimento e reconciliação."