
O presidente Nicolás Maduro voltou a dar um tapa na cara, em especial, dos paraguaios. Afirmou que a Venezuela continuará sendo parte do Mercosul, apesar da "Tríplice Aliança" formada por Argentina, Brasil e Paraguai para expulsar seu país do bloco regional. Tríplice Aliança foi o consórcio formado por Brasil, Argentina e Uruguai para derrotar o Paraguai na guerra ocorrida entre 1864 e 1870 - o conflito dizimou o país e foi determinante para as principais mazelas vividas pela nação guarani desde então, provocando ressentimento.
Maduro lamentou que esses governos tenham "tomado o caminho" do retrocesso e pretendam bloquear a presidência de Caracas.
- A Venezuela é Mercosul e vai continuar sendo Mercosul. Temos a presidência - declarou Maduro à imprensa após o fim da Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados, em Isla Margarita.
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Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, fundadores do Mercado Comum do Sul (Mercosul), assumiram a presidência do grupo no lugar da Venezuela, por considerar que este país não obedeceu os compromissos econômicos e políticos previsto na adesão do país, em 2012. Os países deram inclusive um ultimato para que a Venezuela fique em dia antes de 1 de dezembro, sob pena de ser excluído do bloco.
Sem mencionar o Uruguai, Maduro acusou os sócios de serem "filhos dos velhos ditadores" que "fizeram milhares de jovens desaparecer" nos anos 1970.
- A Tríplice Aliança não poderá nos fazer desaparecer - exclamou.
Lembrete: a Venezuela é um país comandado de forma truculenta por um governo centralizador que mantém dezenas de presos políticos. Na economia, o desabastecimento de produtos básicos chega a inacreditáveis 80%, e a estimativa de inflação para 2016 é de absurdos 720%. Na tal cúpula dos não alinhados, aliou-se aos regimes mais obscurantistas existentes no planeta, que têm em comum o petróleo e o anti-americanismo. Enfim, triste. Muito triste.