
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou o pedido de urgência do projeto de anistia como estratégia de sobrevivência. O método do partido, de procurar individualmente os parlamentares, deu certo até agora. Mais de 260 deputados assinaram o texto, que busca estender a anistia a Bolsonaro, ministros de seu governo e militares de alta patente que são réus no Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa desta segunda-feira (14) vem após membros do PL identificarem uma suposta pressão do governo para parlamentares de partidos de centro retirarem as assinaturas.
A jogada a partir de agora é divulgar amplamente os nomes dos deputados que deram aval ao texto, como forma de pressioná-los a não mudarem de lado. Muitos parlamentares de partidos que estão formalmente na base do governo gravaram vídeos nas redes sociais nos últimos dias criticando o STF e defendendo o projeto.
O que ainda gera divergências entre os apoiadores do projeto é a abrangência da anistia. Há deputados que defendem o perdão apenas para os militantes de base, ou seja, aqueles que teriam seguido ordens de líderes para a manifestação.
Em uma semana que deve ser pouco movimentada em Brasília, o presidente da Câmara, Hugo Motta, dará sequência às reuniões paralelas com lideranças em busca de um consenso. A saída que ele busca articular com o governo é um meio-termo ao projeto original, em que as penas seriam revistas, mas sem influenciar em eventuais condenações dos acusados de organizarem a tentativa de golpe.