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O jornalista Anderson Aires colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Na mesma segunda-feira (24) em que o mercado reduziu a projeção de câmbio no final do ano para baixo de R$ 6, o dólar subiu 0,43%, para R$ 5,755. Desta vez, a pressão veio do cenário doméstico.
Uma fala do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em Rio Grande sobre a perspectiva de criação de 100 mil empregos em janeiro, acima do esperado pelo mercado, fez a cotação aumentar.
É mais um sintoma do conflito entre bons indicadores de emprego e renda e azedume do mercado financeiro. Mais vagas de trabalho indicam que a economia brasileira segue aquecida, com inflação mais alta. O aumento de preços desvaloriza o real.
O dado oficial sobre emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), será publicado nesta quarta-feira (26).
A informação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende liberar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para demitidos que usaram o saque-aniversário, algo vetado pelas regras atuais, também trouxe temores ao mercado de que a inflação deve seguir elevada por mais tempo.
Uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as dificuldades na busca pelo equilíbrio fiscal sem crescimento econômico gerou ainda mais ruído.
*Colaborou João Pedro Cecchini