A bordo de um projeto de R$ 700 milhões, a Melnick desembarca em São Paulo. A estreia no maior mercado imobiliário do país será em parceria com a Even, incorporadora que é referência em projetos de alto padrão da capital paulista.
— Entramos em São Paulo com esse projeto com a Even, mas há possibilidade de fazer parceria com outras empresas — disse a coluna Leandro Melnick, CEO da empresa gaúcha, que exatamente por esse plano, vai deixar o cargo que ocupa como integrante do conselho de administração da Even.
O Projeto Harmonia, empreendimento de alto padrão no bairro Vila Madalena, tem valor geral de vendas (VGV, quantia esperada com o empreendimento) ao redor de R$ 700 milhões. São 80 unidades, cada uma com cerca de 355 metros quadrados, distribuídas em 40 andares.
O relacionamento entre Melnick e Even teve muitas mudanças nas últimas décadas. A construtora paulista havia comprado parte da gaúcha em 2008. Em 2015, Leandro Melnick coordenou um grupo de investidores gaúchos que assumiu o controle da paulista e foi CEO da Even durante anos. No ano passado, a Even vendeu o restante da participação que tinha na Melnick.
A coluna quis saber se a nova parceria é fruto de estratégia ou oportunidade, o empresário respondeu que é um pouco de cada:
— É uma estratégia operar fora de Porto Alegre com um parceiro, em mercados que conhecemos bem, como fizemos em SC e PR. Agora, surgiu essa oportunidade. Entendo bem do mercado em SP, sei onde investir. O terreno na Vila Madalena foi comprando quando eu era o CEO da Even.
Um dos motivos da parceira, detalha Leandro, é o fato de a Melnick estar muito capitalizada, uma grande diferença em relação à empresas do setor:
— Temos mais capital do que mercado em Porto Alegre, temos sobra de caixa. Não temos como crescer muito aqui, porque o mercado não está se expandindo.
Outro envolve uma coincidência de datas: o anúncio oficial foi feito no mesmo dia de mais uma pancada no juro, o que estreita o mercado imobiliário.
— O juro alto faz o mercado ficar menor. A classe média e média alta enfrentam seriíssimos problemas. As vendas ocorrem na baixa renda ou na alta renda. Como a Melnick é uma empresa conservadora, que quer se manter saudável, não dá para lançar produto em Porto Alegre forçando o mercado — resume Leandro.