Apesar do mau humor no mercado financeiro, o clima de otimismo típico de finais de ano não abandonou todos os brasileiros. Realizada entre os dias 5 e 9 de dezembro — antes do choque monetário e do início da série de intervenções no câmbio do Banco Central (BC) e de recordes nominais do dólar, a última pesquisa Radar Febraban deste ano aponta que a maior parte da população do Sul está otimista em relação à economia brasileira no próximo ano.
O país vai melhorar ou ficar como está para 65% dos entrevistados — 46% têm perspectiva positiva e 19% pensam que o Brasil ficará na mesma. Outros 29% preveem piora, enquanto 6% não responderam.
É um resultado considerado surpreendente, porque a maioria dos economistas projetam para 2025 desaceleração — ou até recessão, o que significaria ao menos dois trimestres seguidos de queda no PIB, com redução no consumo e na renda. O estudo é do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).
Os indicadores econômicos que mais provocam otimismo na Região Sul são salário, crédito e emprego. Para 81% dos entrevistados, os salários vão aumentar (38%) ou permanecer iguais (43%). Só 14% projetam que os salários vão diminuir. Já 26% preveem que o desemprego vai cair e 31%, que vai ficar na mesma.
O acesso ao crédito deve melhorar para 34% dos entrevistados, manter-se para 30% e piorar para 29%. O indicador, que está em seus menores níveis da atual série histórica, deve apresentar piora no próximo ano para 38% dos entrevistados.
*Colaborou João Pedro Cecchini