É lento, mas constante o movimento de redução do percentual de famílias com contas em atraso. Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (Peic-RS), feita pela Fecomércio-RS nos últimos 10 dias de janeiro, o percentual caiu de 39,1% em janeiro para 37,7% em fevereiro.
E também ficou abaixo dos 39,5% registrados em fevereiro do ano passado. O patamar atual é o menor desde janeiro de 2023. A dificuldade de manter as contas em dia decorre, em boa parte, da disparada da taxa de juro, que foi de 2% para 13,75% em apenas 17 meses, de março de 2021 a agosto de 2022.
O percentual das famílias que têm dívidas, mas conseguem manter os pagamentos em dia, ficou praticamente estável em fevereiro (89,1%) em relação a janeiro (89%), mas também diminuiu na comparação com fevereiro de 2023, quando era de 91,6%.
— Temos hoje um percentual de renda comprometido com o pagamento de dívidas menor, mas as pessoas se acham mais endividadas. Isso acaba fazendo com que as pessoas se comportem melhor na tomada de novo crédito — avalia Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
Outro indicador dessa melhora foi o de tempo de comprometimento com o pagamento de dívidas. Em fevereiro do ano passado, a quitação era prevista em 7,4 meses. No mês passado, esse prazo encurtou para 6,1 meses.
O percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte de suas dívidas nos próximos 30 dias também recuou levemente, de 2,4% em janeiro para 2,1% em fevereiro. A também lenta, mas constante, redução de juro no mercado, acompanhando os cortes da Selic, favorece essa melhora, assim como as diversas iniciativas de regularização de dívidas, tanto o Desenrola, do governo federal, quanto ações individuais de bancos e entidades de crédito.