Uma das empresas brasileiras mais internacionalizadas, a gaúcha Artecola, com sede em Campo Bom, se declarou carbono neutro. Em 2023, a empresa completou 75 anos de atividades.
Com avanços em sua gestão de sustentabilidade, a Artecola passou a adotar a metodologia do Programa Brasileiro GHG Protocol para mapear suas emissões de gases de efeito estufa (GEEs), e adotou também o padrão do IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) para fazer o cálculo do sequestro de carbono. O trabalho teve início em 2021.
— No primeiro ano, focamos em mapear e quantificar somente as unidades localizadas no Brasil. Agora, neste segundo momento, expandimos nossos esforços para incluir o mapeamento e a quantificação de todas as nossas nove unidades, no Brasil e América Latina — afirma Alessandra Lemos, integradora do Comitê de ESG da empresa.
O relatório de sustentabilidade da empresa, em 2022, mostrou uma emissão direta de 1.909,4 toneladas de Dióxido de Carbono equivalente (tCO2e) na produção da Artecola. No mesmo período, a empresa avançou no processo de quantificação das remoções de carbono pelo IPCC a partir de três áreas florestais de sua propriedade onde existem matas nativas e áreas destinadas à reserva legal, além de plantações de eucalipto.
— No total, essas áreas sequestram anualmente 15.263,09 tCO2e, contribuindo de maneira direta para a neutralização das nossas emissões — acrescenta Alessandra.
Além de mapear suas emissões e dimensionar o sequestro de carbono, a Artecola desenvolve outras iniciativas para reduzir o volume de GEEs. Entre eles, aquecimento solar de água em banheiros da unidade do México, uso de telhas translúcidas para iluminação de áreas, e contratação, no mercado livre, de energia com fonte renovável e limpa.
Entre outros dados, o relatório mostra um crescimento de 37% na receita líquida nos últimos três anos (2020-2022). Os produtos de classificação sustentável também cresceram em participação nos resultados: no Brasil, passaram a responder de 78% para 84% da receita líquida. Na Argentina, de 45% para 55%, no Chile, de 40% para 46%, na Colômbia, de 63% para 68%, e no México, de 73% para 80%.
— Os produtos sustentáveis nos diferenciam da concorrência, reduzem impacto ambiental, geram ganhos sociais e permitem, para nossa empresa e para os clientes, melhores resultados de produtividade e competitividade nos mais variados setores — reforça o presidente executivo da empresa, Eduardo Kunst.
* Colaborou Mathias Boni