- É como se fossem da família.
Assim Geruza Schneider, gaúcha de Porto Alegre, moradora do sul de Israel, interpretou seu sentimento ao ver as três reféns libertadas neste domingo (19) pelo Hamas, como parte do cessar-fogo.
A relação próxima foi estabelecida pelo noticiário, que Geruza acompanha desde os atentados de 7 de outubro de 2023, quando os terroristas invadiram Israel, matando 1,2 mil pessoas e sequestrando cerca de 250. Ela conhece praticamente todos reféns e seus parentes, cujas histórias apareciam na TV diariamente nesse um ano e três meses de angústia.
- É uma confraternização nacional, mas, ao mesmo tempo, a mais pessoal possível. Cada um sente diferente. O país inteiro está emocionado - contou à coluna..
Geruza mora no kibutz de Hatzerim, a 30 quilômetros da fronteira da Faixa de Gaza, com o marido, o também gaúcho Leon Chrempach, e os filhos Yoanatan e Noa. Ela trabalhou neste domingo (19), um dia útil em Israel, mas a cada intervalo espichava o olho para as notícias sobre a libertação.
- Houve toda uma tensão, até que deram os nomes de quem seria liberado. Aí, começaram a entrevistar as famílias. E a sensação é de que a gente já conhece as pessoas: a gente viu essas mães falarem tanto no noticiário, que fica com o coração na mão - afirmou.
Ao voltar para casa, passou a acompanhar de forma contínua o processo de soltura.
- Vi quando o Hamas passou as reféns para a Cruz Vermelha, a emoção de vê-las descendo do carro, sozinhas, andando. Elas estão vivas, conseguiram sair desse pesadelo, desse inferno. Você chora e fica apavorado ao mesmo tempo - disse.