A chegada ao Estado de uma das gigantes do mercado de educação privada no Brasil acelerou o cronograma da Imed, de Passo Fundo. A instituição de ensino superior chegou a Porto Alegre em 2017 com planos de expansão, mas enfrentava desafios internos para avançar.
Agora, completou um profundo processo de reestruturação, prepara-se para receber um novo e capitalizado sócio e já programa compras de outras instituições de ensino superior no Estado.
– A entrada de um concorrente mais qualificado, como a Ânima, acentuou a necessidade de arrumar casa. Vamos buscar aquisições em duas verticais, uma de faculdades, instituições formais de ensino superior, e outra de buscar posição majoritária em edutechs (startups de educação). O setor vai ser completamente transformado, e os principais concorrentes das universidades não serão apenas outras universidades, mas organizações que nasceram como edutechs, com capacidade de penetração e atendimento às necessidades da sociedade – justifica Eduardo Capellari, diretor-geral da Imed.
O primeiro passo já está concluído: dos 27 sócios originais – a instituição nasceu de um grupo de professores –, ficaram sete. Um dos nortes foi que todos os remanescentes estivesse alinhados com o plano de expansão. O próximo será a entrada do oitavo, segundo Capellari um family office (gestor de patrimônio familiar) gaúcho. A partir daí, começa a efetiva transformação da instituição em uma "plataforma educacional inovadora e empreendedora, com conexões profundas com o meio empresarial e focada na experiência do cliente", diz o diretor-geral:
– A Ânima chega a Porto Alegre, e a Cruzeiro do Sul, que agora tem capital aberto, está em Caxias do Sul e Cachoeirinha. Mais dia, menos dia, esses grupos vão procurar investir no Rio Grande do Sul, com foco em universidades comunitárias. Há um caminho de consolidação (compra de empresa menores para formar um grupo maior) e a oportunidade de uma empresa gaúcha fazer isso.
Segundo Capellari, o Estado foi mapeado e, em um primeiro momento, foi identificado que quase 90% das matrículas privadas do ensino superior se concentram em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz, Santa Maria, Pelotas, Erechim e Ijuí.
– A tese é de que existe espaço para consolidar no Rio Grande do Sul, e partir para Santa Catarina e Paraná em um segundo momento. Entre julho e agosto, vamos fazer as primeiras aquisições no Estado – avisa o empresário, detalhando que os primeiros movimentos serão "testes" e devem se concentrar em edutechs.
O plano desencadeado ainda em fevereiro passa até pela mudança de marca, que deve ser definida até setembro. O nome atual, explica Capellari, é confundido com o de outras empresas e não identificado com educação. O processo tem cinco frentes e prevê abertura de capital (venda de ações em bolsa) em um prazo de até cinco anos.
As cinco frentes da formação uma gigante gaúcha da educação
1. Transformação em universidade
2. Reposicionamento estratégico dos cursos
3. Expandir receita, com presença mais forte no universo corporativo
4. Reorganização corporativa, com migração de estrutura administrativa para Porto Alegre
5. Definições com base na jornada do cliente