Cinco dias de tsunamis

No dia 10, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que "talvez" houvesse um tsunami na semana seguinte. Em vez de um, foram vários: sucessivos sinais de queda na atividade econômica, protestos nas ruas contra os cortes na educação, investigação sobre o filho Flávio e tendência de de encerrar a lua de mel com seu governo no mercado financeiro.
Queda na atividade econômica

Na terça-feira, o Banco Central (BC) admitiu que o PIB do primeiro trimestre pode voltar a cair, depois de dois anos no positivo. Na quarta-feira, o indicador de atividade econômica do próprio BC mostrou a inspiração para o alerta: houve recuo de 0,68% de janeiro a março. A confirmação deve vir no dia 30 de maio, pelo IBGE. Sem crescimento, nem reforma salva.
Ministros em chamas

Na terça-feira, no Senado, Paulo Guedes, da Economia, usou expressões pouco usuais para ministros: chamou a Previdência de "buraco negro fiscal" e situou a economia "no fundo do poço". Na quarta, na Câmara, Abraham Weintraub, da Educação, ouviu coro de "demissão" ao insinuar que deputados não trabalham.
Perdas bilionárias

A contínua produção de prejuízos da CEEE-D –foram mais R$ 237,5 mihões de janeiro a março – representa um grande desafio para a modelagem da privatização da estatal, que deverá ser detalhada pelo BNDES. A estatal tem R$ 3,7 bilhões em prejuízos acumulados. O Estado não pode, outra vez, vender ativos e ficar com os passivos.