Ele foi disruptivo antes que a expressão virasse moda. No final da década de 1980, Ricardo Semler virou de cabeça para baixo a empresa da família que assumiu aos 18 anos, a Semco, e escreveu o livro Virando a Própria Mesa, editado até na China. Na época, fez o que hoje virou mantra das corporações sintonizadas em seu tempo: deu mais liberdade aos funcionários, abrindo espaço para criatividade e ousadia. Inspirou-se em conceitos dos países nórdicos. Hoje, está mais perto até geograficamente da fonte: passa cerca de 40% de seu tempo em Amsterdã, de onde dirige uma consultoria internacional que implanta seus conceitos de gestão. No final do ano passado,
Semler voltou a marcar a cena nacional ao escrever artigo para o jornal Folha de S.Paulo dirigido a "companheiros de elite", em que pedia que não votassem "com a bílis". Uma das frases era "Quem terá coragem, num almoço da City de Londres, de defender a eleição de um capitão simplório, um vice general, um economista fraco e sedento de poder, e novos diretores de colégio militares, com perseguição de gays, submissão de mulheres e distribuição de fuzis à la Duterte?" Convidado a avaliar o governo Bolsonaro até agora, Semler surpreende:
Respostas capitais
"O Brasil está em liquidação", diz empresário que pediu à elite para não votar "com a bílis"
Com negócios dentro e fora do Brasil, Ricardo Semler vê governo "amorfo", operado por militares e sustentado por um Centrão que "faz acordos do jeito que sempre fez"
Marta Sfredo
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