Com o dólar alto inflando os custos para viajar ao Exterior, Gramado fechou 2015 como um dos pontos turísticos mais procurados do país. O movimento ajudou os setores de comércio e serviços a recuperarem as perdas de 2014, ano em que a Copa do Mundo, realizada no inverno, esvaziou a Serra.
Para 2016, contudo, a expectativa é de mudança desse quadro. Embora não tenha impactado a região em 2015, o aperto no orçamento das famílias neste início de ano está obrigando restaurantes e hotéis a baixarem preços para não perderem clientes.
Segundo Fernando Boscardin, presidente do sindicato das empresas de turismo da Região das Hortênsias (SindTur), desde janeiro, o setor hoteleiro tem praticado diárias até 30% mais baratas do que no ano passado. Para isso, estão cortando custos, que vão desde substituição de lâmpadas até troca dos produtos oferecidos no café da manhã.
– Estão vendo que, se mantiverem os preços um pouco mais altos, não vão vender – avalia o presidente do SindTur.
Boscardin reforça que os empresários têm tentado evitar o corte de empregos – de janeiro até agora, 222 vagas foram fechadas em Gramado, a maior parte em razão do fim do Natal-Luz.
Apesar do peso das contas de início de ano no orçamento – que contribuíram para reduzir o movimento nos meses de janeiro e fevereiro –, a expectativa é de que os turistas lotem a região para a Páscoa. O SindTur projeta que a taxa de ocupação dos hotéis chegue a até 95% no feriado. Em Gramado, os preparativos para as festas começaram já na semana passada.