
O verde e amarelo são as cores do Brasil. Em disputas esportivas, estão nos uniformes dos nossos atletas. Nos últimos anos, viraram símbolo de grupo político, mas devem ser as cores de todos os brasileiros. No tempo da escola, aprendemos que representavam as florestas e as riquezas da nossa terra. A escolha do verde e amarelo da bandeira tem, na verdade, origem em duas casas reais europeias, os Bragança e os Habsburgo.
No novo livro Verde e Amarelo: uma história das dinastias Bragança e Habsburgo (Globo Livros), o historiador Rodrigo Trespach resgata a trajetória das famílias de Dom Pedro I (1798-1834) e Dona Leopoldina (1797-1826), os primeiros imperadores do Brasil. Depois da Independência, a primeira bandeira, desenhada pelo francês Jean-Baptiste Debret, ganhou o verde dos Bragança, de Portugal, e o amarelo dos Habsburgo, da Áustria.

O casamento do príncipe herdeiro de Portugal com a arquiduquesa austríaca ocorreu em 13 de maio de 1817, em Viena. Como a família real portuguesa estava refugiada no Rio de Janeiro desde 1808, Pedro foi representado por Carlos, o duque de Teschen, tio da noiva.
— Para Portugal, o casamento permitia a associação a uma família importante, além de fugir das garras e da dependência da Inglaterra. No caso dos Habsburgo, atendeu ao interesse de fortalecer o poder monárquico na América — explica Trespach.
Não foi o primeiro matrimônio entre as duas famílias. Em 1708, o rei português Dom João V casou com a arquiduquesa Maria Ana da Áustria.
Quando os militares deram o golpe que resultou na Proclamação da República no Brasil, o verde e o amarelo continuaram na nova bandeira. No decreto de 1889, o governo provisório justificou que as "cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as vitórias gloriosas do exército e da armada na defesa da pátria".
— Chegaram a fazer estudos para outras cores. Queriam abolir tudo que lembrava a monarquia, mas decidiram manter as cores nacionais — recorda o historiador.

Na nova pesquisa, Trespach recupera a história dos ancestrais de Dom Pedro I e Dona Leopoldina, assim como a influência das famílias na Europa e na América. O lançamento do livro ocorrerá em 9 de abril, às 19h, na Livraria Leitura, no BarraShoppingSul, em Porto Alegre.