A Avenida Protásio Alves cruza 11 bairros de Porto Alegre. Por muitos moradores, ainda é chamada de Caminho do Meio. A extensa via também já foi denominada Estrada da Capela, Caminho de Viamão, Estrada do Meio e Estrada do Capitão Montanha.
No livro Porto Alegre: Guia Histórico, Sérgio da Costa Franco (1928-2022) recorda que o nome Caminho do Meio prevaleceu por muito tempo, porque expressava a realidade geográfica das três estradas rurais que saíam de Porto Alegre. Ela ficava entre a Estrada do Mato Grosso, que virou a Avenida Bento Gonçalves, e a Estrada de Gravataí, que começava na Avenida Independência.
O Caminho do Meio recebeu melhorias depois do fim da Guerra dos Farrapos, em 1845. Por décadas, ainda seria uma estrada rural. Em 1892, por exemplo, levantamento indicou apenas 10 prédios térreos no trecho. No início do período republicano, foi renomeada para Estrada do Capitão Montanha, em homenagem ao capitão Alexandre José Montanha, que foi urbanista, engenheiro, topógrafo e agrimensor em Porto Alegre. O nome Caminho do Meio continuou em uso pela população.
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Na década de 1930, começaram as maiores transformações. O nome foi novamente trocado em 1936. A Avenida Protásio Alves homenageou o médico e político morto três anos antes. Protásio Antônio Alves (1859-1933) foi vice-governador duas vezes, de 1918 a 1928. Integrante do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), ele ocupou outros cargos na administração estadual.
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Protásio Alves foi um dos fundadores e o primeiro diretor da Faculdade de Medicina de Porto Alegre. Ele também é homenageado no nome de escolas e de um município no Rio Grande do Sul.
Em 1939, o prefeito Loureiro da Silva publicou decreto para cobrar os proprietários de terrenos pelas melhorias realizadas na Avenida Protásio Alves, como calçamento, aterros e cordões das calçadas. Nos anos 1940, a via foi alargada de 22 metros para 30 metros. No entorno da avenida, a cidade cresceu em direção a Viamão nas décadas seguintes.
A Avenida Osvaldo Aranha também fazia parte do traçado do Caminho do Meio.
Ontem e hoje
A imagem do Caminho do Meio na metade da década de 1920 faz parte do álbum Bairro Petrópolis – Caminho do Meio, produzido pela empresa Schilling, Kuss & Cia, responsável pelo loteamento do bairro Petrópolis. O pesquisador Ronaldo Marcos Bastos, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS), acredita que o fotógrafo estava próximo da atual Rua Murilo Furtado. A foto mostra a descida da estrada no sentido do bairro ao centro. Na imagem, aparecem duas pessoas, que estariam na altura da atual Avenida Palmeira.