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O governo da província criou as colônias Conde d´Eu e Dona Isabel, na serra gaúcha, em 1870. Longas faixas de terras foram demarcadas nos travessões, a maior parte coberta por floresta. Em um ano, apenas 37 lotes foram ocupados. Conde d´Eu virou o município de Garibaldi e Dona Isabel, Bento Gonçalves.
No livro Garibaldi: Histórias de Nossa História, a jornalista Priscila Boeira resgata episódios e personagens da formação da próspera cidade. A primeira tentativa de ocupação ocorreu na década de 1860, quando colonos alemães desbravaram a mata entre Garibaldi e Carlos Barbosa, mas retrocederam.
Em 1874, o governo brasileiro financiou a vinda de 48 franceses, que logo desistiram. O governador da província, João Pedro Carvalho de Moraes, creditou a estagnação da imigração à distância de Conde d´Eu dos portos de embarque e à falta de estrutura de estradas para escoamento da produção.
A colônia teria novo rumo a partir de 1875. Os colonos suíços-franceses, poloneses e austríacos foram os primeiros. Em novembro daquele ano, vieram os italianos. O território passou para o domínio direto do Império no ano seguinte.
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O cônsul italiano, Enrico Perrod, visitou Conde d´Eu em 1883. Ele descreveu que 2 mil lotes estavam ocupados nos 13 distritos, mas ainda cultivavam uma pequena parte da área. Em alguns casos, a viagem dos distritos até a sede demorava sete horas. A colônia somava 5 mil imigrantes italianos, 100 franceses e 400 entre tiroleses e nascidos no Brasil. Na sede, viviam apenas 200 pessoas.
Os colonos construíram casas de madeira. Nos primeiros dois anos, receberam sementes e instrumentos, mas os valores foram adicionados às dívidas, que deveriam ser quitadas antes da obtenção do título da terra. Não foi fácil, no entanto, os colonos superaram as adversidades.
Em 31 de outubro de 1900, Conde d´Eu virou município. O novo nome, Garibaldi, homenageia o herói farroupilha Giuseppe Garibaldi.
— No século 20, o cooperativismo e a ferrovia fomentaram a economia. Imigrantes uniram suas forças. A Cooperativa Vinícola Garibaldi deu um impulso para o crescimento da cidade — destaca Priscila Boeira.
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O novo livro está à venda em livrarias da região de Garibaldi e no perfil da autora no Instagram (@priscila_boeira). A apresentação foi escrita por Annita Garibaldi Jallet, bisneta de Anita e Giuseppe Garibaldi.