Entre os muitos elementos potencialmente traumáticos que a enchente de maio despejou sobre nós, gaúchos, há um que passou a nos atormentar sem pedir licença: ouvir o barulho da chuva. Se antes o som da água caindo poderia significar serenidade, relaxamento e uma aparente calmaria – quem sabe, um dia “bom pra dormir” –, agora, ao menor sinal de nuvens escuras, o coração aperta, a angústia invade o peito e a trilha sonora, antes perfeita para o sono, toma o rumo oposto, nos impedindo de adormecer.
Traumas da enchente
Opinião
O som que dói
O fenômeno ocorre porque houve, pra nós, algo como uma quebra de confiança, sentimento semelhante ao que experimentamos quando descobrimos uma traição
Kelly Matos
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