Quando Manuela D'Ávila era menina, desejou fazer aulas de bateria. Aos 13 anos, recebeu um conselho machista: deveria buscar "um instrumento mais feminino". Trinta anos depois, a jornalista, escritora e ex-deputada federal finalmente vai conseguir realizar o sonho de adolescente.
No último Natal, Manu foi surpreendida ao receber uma bateria eletrônica do marido, o músico gaúcho Duca Leindecker.
— Sempre foi uma coisa que eu quis. Tinha uma escola de bateria perto da escola onde eu estudava. Ouvi não só que era um instrumento de homem, mas que eu já era muito masculina, por causa das coisas que gostava de fazer nessa idade. O Duca sempre soube, porque sempre foi um instrumento que eu gostei e que eu acompanhei — conta a jornalista.
Antes de entregar o regalo, Duca disse à companheira que "era um presente para resgatar um sonho".
— Achei que fosse um pogobol ou um patinete, porque eram duas coisas que eu também quis, mas era uma bateria! Foi muito legal. A Laura (filha do casal) também já está apaixonada e tocando melhor que eu, porque não sei tocar. Eu vou começar a fazer aulas em janeiro — diz Manu, contando que já foi até convidada por Duca para tocar com ele (a resposta, ao menos por enquanto, foi negativa!).
Nas redes sociais, ela registrou o agradecimento ao parceiro de vida: "Percebi mais uma vez que sou casada com o cara mais massa do mundo." O post recebeu mais de 30 mil curtidas e superou os 500 comentários, inclusive de mulheres que, como Manu, também abortaram a ideia de se tornar bateristas por diferentes razões — em especial, por conta da opinião "dos outros".
A jornalista nunca encontrou outro instrumento que eu quisesse tocar. Agora, está pronta para empunhar as baquetas e fazer barulho.