A quantidade maior de público e arrecadação que a Arena do Grêmio vêm registrando em 2023, ocasionada pela presença de Luis Suárez, não têm sido se revertido em mais investimentos para o estádio. O motivo é o imbróglio envolvendo a construtora Metha, ex-OAS.
Banrisul, Banco do Brasil e Santander cobram na Justiça R$ 226,39 milhões pela construção do estádio. O montante foi financiado pelas instituições para realização de parte da obra. A dívida tem sido descontada das arrecadações da Arena Porto-Alegrense.
Somente em agosto, por exemplo, a Arena Porto-Alegrense teve gasto de R$ 6 milhões com manutenção. O montante excedente foi repassado para pagamento dos bancos.
- Tem meses que fica mais apertado, mas nunca deixamos de fazer o serviço de manutenção na Arena - destaca o CEO da Arena Porto-Alegrense, Mauro Guilherme Araújo.
Por ano, a empresa informa que investe R$ 2 milhões na manutenção do gramado. Outros R$ 6 milhões são gastos anualmente com pagamento da energia elétrica. Mesmo com as dificuldades financeiras, Araújo defende o trabalho que vem sendo feito.
- Nunca quebrou telão, nunca faltou energia, nunca queimou refletor. Não é sorte. É manutenção responsável, eficiente - destaca o gestor.
Por causa do maior número de público em 2023, a Arena Porto-Alegrense conseguiu reajustar contratos que estavam defasados desde a pandemia, como o de segurança. E os investimentos necessários estão sendo feitos, segundo a empresa.
- Um refletor de Led custa R$ 5 milhões. Não temos recursos sobrando. Precisamos fazer planejamento de longo prazo para fazer renovações. Elas não são obrigatórias, mas a gente faz com planejamento, com o que é projetado - informa Araújo.
Jogo de domingo
Sobre as queixas referentes ao último jogo na Arena, realizado às 11h de domingo (3), o CEO destacou alguns problemas que ocorreram.
- Não recebemos relatos de problemas de quem antecipou a chegada. Ouvimos, sim, muitos relatos de engarrafamento (no entorno do estádio). Por causa disso, pode ter ocorrido uma retenção antes de se chegar nos portões - descreve o gestor.
Além disso, Araújo disse ter identificado também uma demora por quem optou por estacionar o carro na área da Arena, o que pode ter atraplhado a chegada dentro do estádio. Sobre isso, relata que a empresa que administra o estaciomento foi chamada para melhorar a sua operação.
Venda da gestão
Sobre a possibilidade do Grêmio assumir antecipadamente a gestão do estádio, o CEO da Arena diz ver esses movimentos sempre com preocupação. Por contrato, a Arena Porto-Alegrense tem até 2032 para atuar no local.
- Para mim é um desconfrto muito grande essa situacão. Não se consegue fazer planejamento a longo prazo. Ae tem sempre esse fantasma do lado - diz ele.