
Depois de ter adquirido um terço do crédito pela construção da Arena, o Grêmio ingressou na Justiça de São Paulo contra a gestora do estádio. O objetivo era deixar de pagar R$ 1,5 milhão por mês.
Este é o valor que o Tricolor precisa transferir para a Arena Porto-Alegrense pelo acesso dos sócios do clube. A gestora do estádio contestou, alegando que o valor pago pelo Grêmio é usado para manter a operação do complexo.
A juíza Adriana Cardoso do Reis, da 37ª Vara Cível, aceitou em parte o pedido do clube gaúcho. Determinou que o Grêmio deixe de pagar R$ 150 mil por mês.
"Em consonância com o entendimento adotado pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a respeito da penhora do faturamento, a compensação deve ser limitada a 10% do valor mensal do repasse. Isso posto, defiro a compensação de 1/3 do crédito exequendo com o crédito da executada Arena Porto Alegrense, de R$ 150.000,00 mensais, corrigidos desde a data do contrato", diz parte da decisão da magistrada.
Em 2023, o CEO da Arena Porto-Alegrense, Mauro Guilherme Araújo, informou que, por ano, a empresa investia R$ 2 milhões na manutenção do gramado. Outros R$ 6 milhões são gastos anualmente com o pagamento da energia elétrica.
— A decisão foi correta. Reconheceu que os valores que o Grêmio transfere à Arena para que seus sócios assistam aos jogos são fundamentais para a operação do estádio. Evidentemente que todos ganham com o estádio funcionando — destaca o advogado da Arena Porto Alegrense, Eduardo Peña, do escritório Zugno & Peña.
Outra parte
Os outros dois terços do crédito pela construção do estádio pertencem ao fundo SDG II Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados. Eles compraram do Santander e do Banco do Brasil os valores que as instituições financeiras tinham a receber.