Há pouco mais de um ano, uma manifestação do prefeito de Porto Alegre trouxe um resquício de esperança aos gremistas e moradores do bairro Azenha. Sebastião Melo tentava resolver o impasse que envolve a área do estádio Olímpico.
Na ocasião, Melo anunciou que o atual regime urbanístico do imóvel seria revogado se o terreno continuasse abandonado. O prefeito, inclusive, estabeleceu um período de 12 meses para que as ações fossem tomadas.
Em setembro de 2022, um projeto de lei foi protocolado na Câmara com este objetivo. A matéria está tramitando na casa. Atualmente, o projeto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para receber parecer. Depois disso deverá ser encaminhado para votação em plenário pelos vereadores.
Se houver alteração no regime urbanístico, o valor do terreno acaba diminuindo. Se mesmo assim nada for feito, Melo sugeriu até que a prefeitura pudesse desapropriar a área e vendê-la.
O prazo passou e o terreno segue do mesmo jeito que estava em agosto de 2022. Sem jogos desde 2013 e sem treinos desde dezembro de 2014, o Olímpico é motivo de preocupação para os moradores das redondezas. Eles alegam falta de segurança na região.
As poucas visitas recebidas no local são de agentes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No mês passado, uma equipe fez vistoria no gramado e em áreas internas em busca de focos de mosquitos da dengue, que não foram identificados.
O Grêmio vem buscando articular uma solução para o problema com as empresas Karagounis e OAS 26. O foco principal é fazer a troca de chaves entre as partes. Hoje, o Grêmio é o responsável pelo Olímpico. Já as duas empresas são as proprietárias do terreno da Arena.
A coluna buscou um posicionamento da prefeitura, do Grêmio, da empresa Karagounis / Caixa. Todos acreditam num desfecho positivo.
"Depois de apresentar o projeto de lei à Câmara para reduzir os índices construtivos da área do antigo Estádio Olímpico, a prefeitura foi procurada pelo Grêmio e pela Caixa Econômica Federal. As instituições pediram um prazo para apresentar uma solução definitiva. As tratativas estão acontecendo. Entretanto, caso não seja encontrada a solução, o Executivo levará à votação o referido projeto até o final do ano", informou a prefeitura por meio de nota.
"O Grêmio continua trabalhando na tentativa de solucionar esse imbróglio porque também é do interesse do Clube que a situação do Olímpico se resolva. Não é digno para nós gremistas ver nosso antigo estádio na deterioração que ele está e comprometendo a paisagem urbanística e econômica daquele ponto da cidade. Só que isso não depende unicamente do Grêmio", relatou a direção do Tricolor, também por meio de nota.
A Karagounis informou que as negociações estão em prosseguimento e espera que se chegue a um bom termo.
Discussão na Justiça
No Rio Grande do Sul, o processo vem sendo debatido na Justiça. Decisão de junho reafirma que a construtora OAS é a responsável pela realização das obras no entorno da Arena do Grêmio. Se a decisão for mantida, caberá à prefeitura e ao Ministério Público buscar o ressarcimento dentro da recuperação judicial da OAS.
Além disso, os bancos financiadores da construção da Arena também se movimentaram. Banrisul, Banco do Brasil e Santander cobram R$ 226,39 milhões por terem liberado recursos para a construção. E a Justiça de São Paulo determinou a penhora do estádio.