O curso A Medicina da Pessoa, sob a tutela acadêmica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), orgulhosamente comandada pela magnífica reitora Lucia Pellanda, e que contou com o entusiasmo estimulante da coordenadora do curso de Medicina, professora Maria Eugênia Pinto, e o apoio integral do Centro de Ensino e Pesquisa da Santa Casa, presidido pelo professor Antônio Kalil, concluiu nesta semana sua quarta edição. Mais de 2,5 mil alunos de 41 das melhores faculdades do Brasil se inscreveram na busca de uma formação mais holística que os qualificasse para ingressar no mercado, cada vez mais exigente e competitivo.
Durante esses quatro anos, foi notável a contribuição do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, presidido por Marcos Rovinsky, que deu suporte econômico para o custeio das despesas básicas, e mais recentemente do Conselho Regional de Medicina, que, sob a moderna e previdente direção de Eduardo Trindade, na quarta temporada se incorporou a essa campanha, permitindo que continuássemos a oferecer um curso gratuito a todos os interessados.
Tendo reunido um corpo docente com profissionais qualificados no exercício de uma medicina humanizada que os conduziu, com justiça, a uma condição de respeitabilidade entre seus pares, esse curso veio com a pretensão de tornar nossos formandos melhores médicos para o futuro que já começou, ou está a bater-lhes à porta. Vertidas em texto, 41 das aulas do curso deram origem ao livro A Medicina da Pessoa no Século XXI, editado pela ArtMed.
De olho no futuro, tivemos a discussão dos melhores caminhos para quem pretenda buscar uma qualificação no Exterior e como associar o ChatGPT à rotina médica futura.
Fazendo jus ao slogan provocativo que lá no início convidava os alunos a "ouvir aqui o que não te contaram na escola", o curso cumpriu o seu papel, abordando temas delicados como a escolha vocacional, a qualificação do currículo médico, o desafio da primeira consulta, o estímulo à inteligência emocional, a incorporação da inteligência artificial à pratica médica, os cuidados com a notícia ruim, a relevância da espiritualidade no atendimento médico e a preservação da esperança, se contrapondo à rudeza de assuntos desafiadores como o estupro e o aborto, sem chocar àqueles que amadureceram com a descoberta, às vezes assustadora, de que a vida real não é feita apenas de amenidades.
De olho no futuro, tivemos a discussão dos melhores caminhos para quem pretenda buscar uma qualificação no Exterior e como associar o ChatGPT à rotina médica futura.
Para a sessão de encerramento, pareceu natural que discutíssemos o fim do nosso ciclo neste mundo, não para falar da morte, mas do quanto há de vida em torno dela. A apresentação sobre "Como tornar menos sofrida a vida do paciente terminal" foi uma experiência inesquecível porque permitiu conviver com a doçura e a delicadeza de Ana Lúcia Coradazzi. Ela relatou o cuidado de cada paciente como um ser único, vivendo o seu momento último, e no exercício extremo do cuidar. Deixou em cada aluno que teve o privilégio de ouvi-la o desejo de agradecer-lhe pela didática serena de mostrar-lhes o que significa, de entrega e paixão, a medicina de verdade, essa que transcende os limites da vida.