
Ao falar sobre o momento de dificuldade do produtor gaúcho durante a abertura da 25º Expodireto Cotrijal, após sequência de problemas climáticos, o presidente da feira, Nei César Mânica, enfatizou o efeito dominó. A comparação com o jogo serve para indicar que, se uma peça cai, todas as outras são derrubadas. Uma analogia com os efeitos que poderão advir do endividamento rural.
— Se o campo vai mal, a cidade vai mal. O RS tem de ser olhado diferentemente de todo o resto do Brasil — salientou Mânica.

Apelo que tenta fazer eco em Brasília, de onde precisa vir a definição (e os recursos) para qualquer que seja a ferramenta capaz de manter os produtores adimplentes. Por que isso é importante?
Se as contas não ficarem em dia, o acesso ao crédito, para que possa fazer uma nova safra, fica bloqueado. E o resultado pode ser o abandono da atividade, com efeito “dominó” para a produção. Que vai caindo, até chegar à gôndola do supermercado.
A expectativa era de que se pudesse encaminhar o assunto (o pedido é pela securitização, medida já adotada no passado) com a vinda do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que acabou não ocorrendo. Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, também não estava presente. Em entrevista ao Atualidade, falou que as propostas apresentadas estão sendo estudadas, mas que um alongamento representaria impacto ao Plano Safra.
— O tema da securitização é um debate importante que se traz no Congresso. Nos anos 90, foi fundamental para que o Brasil pudesse aproveitar os bons ventos dos anos 2000 — afirmou o governador Eduardo Leite na mesma ocasião.
Presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas disse também que “não tem faltado sensibilidade” quando pautas do RS são levadas ao governo federal:
— Nosso Estado tem um papel importante na produção de alimentos — reforçou.