
Um dos grandes destaques da Expodireto Cotrijal, que começa nesta segunda-feira (10), em Não-Me-Toque, no norte do Estado, é a Área Internacional. Para a 25ª edição, o espaço reúne uma série de novidades. Entre elas, a estreia das delegações da Índia e do Gabão na feira. Esses e outros detalhes foram tema da entrevista de Matheus Prato da Silva, coordenador da Área Internacional, ao Campo e Lavoura da Rádio Gaúcha neste domingo (9). Confira trechos da entrevista abaixo.
Queria começar te perguntando sobre a grande novidade deste ano: a delegação indiana estreia na feira?
Isso, é a primeira vez que teremos a participação indiana, que não vai vir somente com delegações estrangeiras, mas também com empresas expositoras na Área Internacional. Será uma participação em peso, tanto expondo seus produtos, suas tecnologias, como também com delegações procurando parcerias aqui no Estado.
Vocês falam em torno de mais de 70 países com representantes. Em relação aos indianos, quantos devem vir e o que eles buscam nessa vinda para o Rio Grande do Sul?
Até o momento, já temos a confirmação de aproximadamente 20 indianos que vão estar conosco na feira. Mas, claro, tem alguns ainda com algumas pendências de visto. Então, esse número pode aumentar um pouco. Com relação, ao que eles vêm buscar na feira, são basicamente duas pautas em especial. Buscar a nossa tecnologia agrícola, já que, ao longo dos anos, o Brasil se tornou um grande exportador de alimentos e eles veem essa pauta como um grande avanço, já que, hoje, têm a maior quantidade de pessoas no mundo, superando a China. E também a pauta de investimentos, já que é um país com um forte poder aquisitivo. A questão de dólar em relação a nossa variação cambial acaba sendo uma pauta interessante para eles.
Você consegue já vislumbrar a Índia como uma nova China?
Com certeza. Aos olhos do mundo, a Índia já é um novo player do mercado agrícola justamente em função da população. A Índia vai precisar de parceiros estratégicos para conseguir alimentar toda a sua população, e o Brasil, nesse sentido, é um dos principais players, até pela proximidade que existem entre os países, com o Brasil agora assumindo a presidência rotativa dos BRICS (grupo de países com economia emergente formado por Brasil, Rússia, China e África do Sul).
Para quem não conhece a Área Internacional, conta um pouquinho o que tem lá.
A programação é bem diversificada. Temos a participação dos próprios países falando sobre os seus potenciais, o que eles estão buscando, quais as oportunidades que eles veem no nosso Estado, no Brasil como um todo. Temos também a participação da Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul), buscando investimentos estrangeiros, parcerias estratégicas e a internacionalização dos municípios. Então, é um local muito diversificado, com vários seminários, palestras de tecnologia, investimento. É o espaço que conecta e expõe direto com o Brasil e com o mundo.
E com relação aos chineses, né? A gente está falando da nova China, mas a China segue sendo a China. Eles também vão marcar presença neste ano. Onde que a gente ainda pode avançar nas relações comerciais com esse gigante asiático?
É, com certeza. A tradicional participação chinesa segue com grande representatividade, como nas outras edições. E com relação ao aumento com a China, da relação comercial com a China, acho que principalmente a tecnologia hoje chinesa está muito em foco, né? O próprio DeepSea, que atualmente, essa questão da inteligência artificial, eles estão se consolidando também nesse mercado. A parte de energias renováveis, energias verdes. E com certeza essa relação comercial entre o Brasil e a China pode se ampliar ainda em outras frentes, não somente no agro, mas em toda a cadeia, fertilizantes, enfim.
A feira chega, nesta 25ª edição, mais internacional do que nunca. Onde ainda dá para avançar no espaço internacional do Expodireto?
Eu acho que o desafio principal agora é conseguir ampliar cada vez mais essa entrada dos países que querem investir tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil. O Brasil está cada vez evoluindo mais, se desenvolvendo mais tecnologicamente.
Além da Índia, tem outras novidades para esse ano em termos de representação?
Sim, temos também o Gabão, que inclusive virá com o ministro da indústria para a feira. Vamos ter inúmeros embaixadores, de Zimbábue, Chipre, Namíbia, Ruanda.
E como é que vocês tratam a questão da língua ali no espaço? A gente sabe que o inglês é a língua universal, mas vocês contam com algum tipo de apoio da parte de tradução?
Sim, com certeza. Todos os anos a gente monta uma estrutura, não só física, como tecnológica. Inclusive, essa é uma das novidades da feira. Neste ano, vamos ter um sistema de tradução e transmissão dos painéis que vão acontecer no próprio fone de ouvido dos participantes.