A ampliação do cenário de perdas na produção em razão da falta de chuva no Rio Grande do Sul intensifica a mobilização de produtores e entidades na busca por soluções. Ainda que os dados oficiais só devam apontar mais adiante o tamanho do estrago, não há dúvidas visuais de que existe e cresce a cada dia que passa sem chuva, com a onda de calor servindo como um acelerador de danos. Soma-se a isso o histórico recente de estiagens seguidas de enchente, e o resultado é a pressa em apresentar ferramentas capazes de amenizar mais esse impacto.
Para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), uma das questões a ser tratada é a do Proagro, seguro voltado ao produtor familiar. Mudanças trazidas por resoluções "descaracterizaram" a ferramenta, avalia Carlos Joel da Silva, presidente da entidade. Ontem, o deputado federal Heitor Schuch protocolou dois projetos de lei na Câmara Federal para revisar a lei do Proagro e as novas regras.
– Estamos sofrendo há quatro anos: quando não é estiagem, é chuva. Essas duas resoluções enterram o Proagro. Não somos contrários a ter mecanismos para evitar fraudes, mas não se pode descaracterizar o programa – avalia Joel.
Em outra frente, a Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul deve apresentar amanhã uma proposta de securitização para tratar do endividamento dos agricultores – em razão da sequência de problemas climáticos que havia gerado renegociações anteriores.