
A comunicação à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) do encerramento do foco da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul é um passo importante para a retomada de mercados ainda com restrições às exportações. Não coloca, no entanto, o ponto final nas ações de vigilância, que se mantêm na zona de restrição, em um raio de até 10 quilômetros do registro, em aviário comercial de Anta Gorda no Vale do Taquari.
As barreiras sanitárias, que passam a ser três (chegaram a ser oito) seguirão por 15 dias. Serão duas no raio de até três km do foco e uma em até 10 km. Também abre-se o prazo para o chamado vazio sanitário na propriedade em que houve a confirmação do foco. É um período, entre 30 e 40 dias, após término da desinfecção, em que o local segue sem poder receber animais.
Diretora do Departamento de Defesa e Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual da Agricultura, Rosane Collares avalia que a notificação do encerramento do foco foi possível após a finalização da desinfecção da propriedade positiva e o avanço da vigilância no raio de três e 10 quilômetros:
— O cenário que encontramos lá deu a segurança técnica para essa tomada de decisão.
Todas as 854 propriedades que ficam nesse raio de até 10 quilômetros já foram visitadas pelas equipes. No sábado (27), terá início a revisita a granjas comerciais na zona de vigilância (entre três e 10 km do caso positivo) e a terceira vistoria na zona perifocal (até três km do registro).
Sobre a agilidade com que o Estado conseguiu fazer a contenção e encerrar o foco, Rosane avalia que o fato de as equipes estarem preparadas, junto com o sistema de geoanálise, com acesso a informações em tempo real, foi fundamental.
— Nosso sistema está muito sensível, mobilizado desde o final de 2022, quando a influenza aviária chegou na América do Sul. O RS é o Estado que mais coleta, que mais manda amostras para laboratório. Nossas equipes estão muito preparadas para isso. São pessoas já acostumadas com essa metodologia — afirma a diretora do Departamento de Defesa e Vigilância Sanitária.
Retomada de mercados
Com a conclusão do foco, cresce também a expectativa pela retomada dos embarques para mercados que ainda mantêm restrições. A lista inclui destinos importantes, como a China, maior comprador da carne de frango do Brasil, e a Arábia Saudita, também na lista dos principais destinos. Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), reforçou que, com a notificação, "o restabelecimento integral do fluxo das exportações de carne de frango do Brasil será agilizado".
Acrescenta ter sido essa uma situação pontual, como mostraram os resultados de amostras coletadas, e entende que "a rapidez e a transparência das ações, neste contexto, ajudam a reforçar a elevada biosseguridade que trouxeram o Brasil à liderança global das exportações de carne de frango".