
É com a criatividade e a inovação que a indústria de chocolate tem buscado driblar a alta da principal matéria-prima: o cacau. No curto prazo, um cenário que deve se manter, observa Adilson Reis, analista de mercado e CEO do portal Mercado do Cacau.
A projeção é embasada, entre outros fatores, no tempo que ainda deve levar para que a oferta global do fruto seja recomposta. Países da África, que concentram 72% da produção mundial, registram um encolhimento significativo de volume em razão de uma sequência de problemas climáticos. Primeiro o excesso de chuva, depois a falta. Na Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, por exemplo, a colheita caiu mais de 20%. Além disso, enfrentam a chamada doença do broto inchado, que está dizimando plantações. Reis explica que outro ponto é a falta de recursos do governo nesses locais para investir nos produtores.
A produção brasileira, que representa 5% da mundial, também foi impactada pelo clima.
O que se viu diante desse contexto todo foi um aumento de mais de seis vezes no preço da tonelada na Bolsa de Nova York. A reacomodação de valores veio, mas em novos patamares.
Para lidar com essa alta da matéria-prima, a saída tem sido buscar inovação nos produtos finais, diz Reis:
– A Páscoa deste ano já estamos vendo em um formato diferente. Confeiteiros, empresas, indústrias estão sendo muito criativos.
Escute abaixo a entrevista completa de Adilson Reis