
A Semana Santa costuma ser um “prato cheio” para a venda de ovos, em razão da maior procura pela proteína. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, apontou um aumento gradual da demanda. Ainda assim, as cotações ficaram “praticamente estáveis” na maior parte dos locais acompanhados pela pesquisa. Como os preços já estão em patamares elevados, há pouco espaço para valorizações mais intensas, apontam pesquisadores. A tendência, após o término desse período seria de enfraquecimento das altas. Mas as incertezas trazidas pela guerra comercial travada pelos Estados Unidos deixam o mercado mais imprevisível, avalia José Eduardo dos Santos, Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav):
– O momento é de cautela em relação aos efeitos das taxas americanas a diversos países. Estamos em transição de novos conceitos de mercado e preços. Uma hora estabiliza, em outra, pode subir. A demanda para exportação continua alta e cada dia teremos novas realidades nas cotações das proteínas.
Até agora, os EUA foram o principal destino das exportações de ovos do Brasil em 2025, um reflexo da ampliação desse mercado. A crise de oferta gerada pela influenza aviária em território americano, abriu as portas para a entrada da proteína destinada ao termoprocessamento local, para produtos de consumo humano.
Proteína valorizada
- A valorização das cotações de ovos no Brasil ganhou força no início do ano, por vários fatores.
- Um deles é o aumento nas exportações. A multiplicação de casos de influenza aviária nos Estados Unidos, por exemplo, gerou uma crise de oferta no mercado interno, fazendo com que os americanos tivessem de buscar fora de casa o produto.
- Os EUA foram os grandes puxadores da alta nos embarques da proteína: de janeiro a março, compraram um volume 346,4% maior do Brasil.
- A projeção é de que o apetite pelo ovo do Brasil se mantenha em alta no mercado externo.
- A guerra comercial dos EUA adicionou imprevisibilidade para o cenário de preços.