
Um terço das empresas que tomaram empréstimos da enchente, subsidiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ainda não cumpriu o requisito de manter ou aumentar o número de empregos de antes da calamidade. Seja por falta de mão de obra, seja ainda por dificuldades financeiras. Depois de tomar o crédito, há três meses de carência sem a obrigação, que precisa ser cumprida em um mês dentro dos sete seguintes.
Perguntado pela coluna, durante entrevista ao Gaúcha Atualidade, se haveria uma alternativa, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que o critério está determinado em lei aprovada no Congresso. Ou seja, o banco precisa cumprir, sem autonomia para alterá-la.
— É uma linha de crédito muito favorecida com subsídios. A contrapartida é um esforço também pelo trabalhador, olhando o emprego como meta.
Mercadante sugere que as entidades empresariais e as sindicais façam um estudo mais aprofundado para apresentar ao Congresso, para que se faça o ajuste na lei.
— O máximo que pode ser feito sem o Congresso é o Conselho Monetário Nacional (CMN) dilatar o prazo.
Empresas já estão sendo notificadas pelos bancos repassadores dos recursos do BNDES. Há risco de interrupção do empréstimo ou de elevação dor juros, perdendo o subsídio.
Na entrevista, o presidente do BNDES acrescentou que esteve em audiência no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre uma auditoria que questiona a linha emergência do Rio Grande do Sul.
— Por que nós recebemos R$ 20 bilhões com juros subsidiados? Eu falei: "Porque era uma emergência. Era uma tragédia social e econômica. As empresas estavam se deteriorando.” — relatou.
Mobilização de empresas
O risco de empresas perderem empréstimos da enchente porque não conseguem preencher empregos por falta de mão de obra será levado ao presidente do BNDES, Aloízio Mercadante. Ele virá ao Rio Grande do Sul na segunda-feira (28) e terá agenda com o presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC VT), Ângelo Fontana, que também integra a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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