Cerca de 250 mil pessoas prestaram suas homenagens diante do caixão do papa Francisco durante o velório de três dias na Basílica de São Pedro, anunciou o Vaticano. O sepultamento do Pontífice ocorre neste sábado (26).
Imagens de televisão mostraram como a capela-ardente foi esvaziada do público em geral por volta das 19h no horário de Roma (14h pelo horário de Brasília), enquanto cardeais, padres e funcionários da Santa Sé permaneceram.
O primeiro pontífice latino-americano, que morreu na segunda-feira (21) aos 88 anos, superou assim as 195 mil pessoas que se despediram de seu antecessor Bento XVI após sua morte em 31 de dezembro de 2022.
Com o fechamento do caixão do jesuíta argentino em uma cerimônia privada a partir das 20h (15h em Brasília), a organização de seu funeral entrou em sua etapa final.
Presidentes e monarcas de todo o mundo já foram a Roma para comparecer ao sepultamento no sábado. O presidente francês Emmanuel Macron chegou a tempo de visitá-lo na Basílica de São Pedro.
Antes de decolar para a Cidade Eterna, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que realizará várias reuniões bilaterais paralelamente ao funeral, sem especificar com quem. O Air Force One está programado para pousar às 22h50min, no fuso-horário italiano.
Missa de corpo presente

Mais de cinquenta chefes de Estado e 10 monarcas em exercício confirmaram sua presença na missa fúnebre que acontecerá na Praça de São Pedro no sábado, a partir das 10h (horário de Roma), 5h (horário de Brasília).
As delegações oficiais ocuparão o lado direito voltado para a basílica. Na primeira fila estarão os presidentes da Argentina, terra natal de Bergoglio –, Javier Milei, e da Itália, Sergio Mattarella.
Em seguida, serão os monarcas, como o rei espanhol Felipe VI, e o resto dos presidentes em ordem alfabética em francês.
Após dias de silêncio, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu finalmente expressou suas condolências na quinta-feira (24). As relações entre a Santa Sé e Israel se deterioraram após o ataque sem precedentes do Hamas ao território israelense em 7 de outubro de 2023 e a subsequente ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
Franciscus

O enterro de Francisco será no sábado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, o primeiro de um pontífice fora do Vaticano desde Leão XIII em 1903.
Após a missa no Vaticano, o cortejo fúnebre percorrerá as ruas de Roma até seu local de descanso final, passando em frente a monumentos icônicos como o Coliseu.
O público poderá acompanhar a cerimônia em telas gigantes. As autoridades estimam que dezenas de milhares de pessoas possam testemunhar a transferência de seus restos mortais.
Seu túmulo será à imagem de seus 12 anos de pontificado: feito de mármore e com "Franciscus" como única inscrição. Uma reprodução da cruz peitoral usada pelo papa em vida acompanhará o conjunto.
Segurança reforçada

As autoridades italianas impuseram uma zona de exclusão aérea sobre Roma e implantaram unidades anti-drone com sistemas de interferência de sinal para evitar qualquer atividade suspeita.
Vários caças estão em alerta para intervir e helicópteros da polícia sobrevoam o centro histórico da cidade. Atiradores de elite foram posicionados nos telhados da Via della Conciliazione, que leva à Praça de São Pedro, e na vizinha Colina do Janículo.
Conclave sem data para acontecer
O Vaticano descartou anunciar por enquanto a data do conclave, reunião que elegerá o próximo líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos no mundo.
O conclave deve ser realizado na icônica Capela Sistina dentro de 15 a 20 dias após a morte do papa, ou antes, se os cardeais assim o decidirem.
Mais de dois terços dos 135 cardeais que poderão votar foram nomeados pelo falecido papa.