O que dizer de uma derrota como esta, do Grêmio para o São Paulo, por 2 a 1, levando gols nos acréscimos de contra-ataque? E o pior é que, na comparação com atuações anteriores, o time havia melhorado. Nada grave, mas ao menos enfrentava os reservas do time paulista.
Insuficiente. Perdeu pelo mesmo defeito: a estratégia da ênfase defensiva pétrea, com dois volantes de marcação sempre atrás da linha da bola e agredindo de vez em quando, com poucos jogadores.
O Grêmio entende que, por mágica, essa fórmula o salvará. Está errado. Quando viu a inoperância ofensiva azul, o São Paulo veio com tudo. Foi assim na eliminação da Sul-Americana, para a LDU. Linha de seis atrás.
Idem contra o Bragantino, apenas sem linha de seis. Repetiu-se a ideia de radicalmente se defender no Morumbi, com o requinte de crueldade de perder nos acréscimos. Só fechar a casinha com tranca de ferro não tem adiantado. A porta segue aberta. Muito.
Tem de mudar, sob pena de seguir tomando gols. Foi com o ápice da casinha fechada que o Grêmio perdeu no sábado.
Quando leva o gol nos acréscimos, tinha três zagueiros (Ruan, Geromel e Cortez), dois volantões (Thiago Santos e Lucas Silva), Vanderson e Diogo Barbosa nas alas e, na frente, Léo Pereira e Luiz Fernando, atacantes táticos. Com esse retrancão, Reinaldo acertou a trave minutos antes do gol da vitória paulista. A defesa virou peneira.
E agora, contra o Cuiabá, no jogo atrasado dramático da quarta-feira, contra um inimigo direto do Z-4, como será? A posse de bola terá de ser mais tricolor, sob pena de um 0 a 0 bom para o Cuiabá e catastrófico para o Grêmio. Será que o time de Felipão conseguirá jogar assim, propondo, depois de tantas vezes só se defendendo?
Temo que o Grêmio não saiba mais sair deste vício de imaginar que apenas o trabalho defensivo é importante. Sigo acreditando que o Grêmio não cai, mas é prudente resolver essa equação e equilibrar o time o quanto antes, para não sofrer na reta final do campeonato.