
O dólar abriu a terça-feira (25) em alta, cotado a R$ 5,77. A moeda fechou em R$ 5,755. Na segunda-feira (24), o mercado havia reduzido a projeção no valor do câmbio para menos de R$ 6 no final do ano. Porém, após o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, revelar perspectiva de criação de 100 mil empregos em janeiro, acima do que era esperado, a cotação da divisa subiu.
Na sexta-feira (21), o dólar encerrou a em alta. Variações para baixo seguidas de oscilações para cima marcaram a semana no mercado de câmbio.
Segundo a colunista de Zero Hora Marta Sfredo, a pressão veio do aumento de incerteza no Exterior. Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter sinalizado que seria "possível" um acordo comercial com a China, a primeira tratativa já enfrentou divergências. No Brasil, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegaram a dar alívio, mas não durou.
Cotação do dólar ao vivo
Confira o screener gráfico da evolução de preços, disponibilizado por TradingView:
Valor do dólar atualizado
Dólar comercial: R$ 5,75
Máxima dólar comercial: R$ 5,80
Projeção em 2025
A escalada a patamares históricos teve início no fim de novembro, quando o dólar chegou à marca dos R$ 6 pela primeira vez. O pico respondeu à declaração de Haddad, que anunciou isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Em dezembro, o valor nominal da moeda em relação ao real atingiu o seu recorde histórico, chegando à marca de R$ 6,26.
O crescimento do valor do dólar em 2024 foi o maior desde 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19. Em 30 de dezembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como "corretas" as intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
De acordo com especialistas, boa parte dos fatores que levaram ao crescimento do dólar no ano passado devem se manter em 2025. Em sua maioria, acreditam que a cotação da moeda deve se estabilizar neste patamar mais elevado, mas projetam pelo menos uma leve queda no valor nominal. A tendência é que a cotação fique ao redor dos R$ 5,80.
O que tende a ficar mais caro com o dólar alto?
Com a moeda americana em alta, itens consumidos na rotina dos brasileiros tendem a subir de preço diante do aumento de custos na produção e importação.
O efeito é espalhado e pode ir desde gasolina, pão e café mais caros até dificuldade para concretizar viagens internacionais. Com preços mais altos dentro da economia do país, a inflação tende a acelerar, segundo especialistas.
Na prática, o dólar mais alto costuma ter um primeiro efeito na produção. Em seguida, com a necessidade de repassar parte do aumento de custos, os consumidores enfrentam valores mais altos no varejo. Com isso, a inflação segue persistente.
O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), afirma que o câmbio pressiona o preço de itens comercializados mundialmente, que podem ser importados ou exportados.
— É uma questão que pode ganhar cada vez mais impulso à medida que o câmbio vem batendo novos recordes e se consolidando em patamar cada vez mais alto. À medida que o tempo passa, as transações comerciais vão acontecendo com uma nova taxa de câmbio e isso vai sendo repassado gradualmente para os preços.