
Foi assustador. Por três motivos. Primeiro, pela robotização. Segundo, por ser uma robotização bonita, com talento. E, terceiro, porque os reservas da Alemanha que atropelaram aos bocejos os empenhados e focados titulares do México, eles o fizeram exatamente da mesma maneira que o time principal enfiou 7 a 1 no Brasil.
O banguzinho alemão está na final da Copa das Confederações, amparado por um 4 a 1 irrefutável escrito no Estádio Olímpico de Sochi. Enfrentará o Chile, domingo, em São Petesburgo.
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Sim, é claro que você está pensando o mesmo que eu: se o time B faz isso, imagine os titulares quando for para valer, no ano que vem. Se depender do desempenho na semifinal desta quinta, o técnico Joachin Low poderá considerar aprovados alguns alunos do vestibular em que se transformou a Copa das Confederações para os atuais campeões mundiais.
O quatrilho veio com gols do meia Leon Goretzka, duas vezes, do atacante Werner e de Younes. Uma vitória tranqüila, sem sobressaltos.
Parecia jogo de adultos contra crianças. A 10 minutos, o México já perdia por 2 a 0, dois gols de Goretzka, do Schalke 04, o melhor em campo. Werner, com movimentação inteligente entre a marca do pênalti e a intermediária, às vezes saindo para os lados com o objetivo de criar espaços, foi decisivo no jogo.
A partir daí, a Alemanha deu a bola para o Mexico, que passou a rodá-la sem penetração durante o jogo todo. Na segunda etapa, Timo Werner ampliou, a 13. Marco Fabián descontou para os mexicanos, a 44, mas Younes enterrou qualquer chance de reação aos 46.
A Alemanha B jogou como a Alemanha A. Jogou como o futebol alemão reinventado, em resumo. Um time de padeiros alemães, com certeza, jogaria do mesmo jeito. É uma ideia, abraçada pelo país inteiro, dos profissionais aos peladeiros de domingo.
A marcação na saída de bola, mesma prática adotada no Mineirão, em 2014, é rigorosamente a mesma. Troca de passes curtos, rápidos, em progressão. Os contra-ataques? Relâmpagos, como no lance do primeiro gol. Goretzka abriu a bola na direita para Henrichs, que a devolveu na entrada da área: chute no canto do goleiro Ochoa.
Os meninos da Alemanha nem vibraram muito com os gols, como se eles fosse protocolares, espécie de crônicas anunciadas. O México, pobre México de Juan Carlos Osorio, foi assustadoramente atropelado.