“Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro pra fora, outra que olha de fora para dentro.” A frase está no conto O Espelho (1882), de Machado de Assis. O personagem, talvez vocês se lembrem, é um jovem alferes que se embriaga com a “alma exterior” que a nova função lhe confere, ou seja, a imagem de distinção que a farda projeta. No sentido inverso, sua alma de dentro parece encolher, até o ponto em que o rapaz só consegue ver a si mesmo no espelho, com nitidez, quando está fardado: “O alferes eliminou o homem”.
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Três espelhos e uma reflexão
Talvez não exista mesmo uma versão fixa daquilo que consideramos o nosso eu mais verdadeiro
Cláudia Laitano
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