
Desde as 6h30min deste sábado (12) a avenida que margeia a orla do Guaíba, a Edvaldo Pereira Paiva (também chamada de Beira-Rio) está bloqueada nos fins de semana para as turmas de ciclistas esportivos, aqueles que usam o veículo em alta velocidade. Eles se distinguem dos demais por circularem em grupos e quase sempre, uniformizados.
A medida visa evitar colisões das bikes com corredores esportivos, que procuraram a Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) após alguns incidentes entre os dois grupos.
Os trechos bloqueados ainda serão os mesmos de antes: as faixas nos dois sentidos a partir do Gasômetro até a Rótula das Cuias; e apenas a pista no sentido Centro-bairro até o viaduto Abdias do Nascimento.
A adaptação, acompanhada pela reportagem de Zero Hora, foi tranquila, sem discussões entre ciclistas e corredores. Alguns desavisados ainda percorreram de bicicleta o trecho próximo à rótula, mas foram advertidos amistosamente por agentes da EPTC.
Até este sábado a avenida era fechada às 6h nos fins de semana. Após o horário, os ciclistas de alta performance disputavam espaço junto aos corredores, que praticam o esporte em grandes grupos. Agora, o espaço passa a ser fechado para ciclistas de corrida o às 6h30min. Depois desse horário, bicicletas que andam em alta velocidade não poderão mais utilizar essas faixas. Em ritmo de passeio, vagaroso, elas serão toleradas.
A decisão da EPTC surgiu a partir de conversas com grupos organizados por ciclistas e corredores. Eduardo Campello, preparador de corredores que atua há 10 anos com treinos focados na orla, acredita que não há como dezenas de ciclistas que circulam a até 40 km/h circular no mesmo espaço que centenas de pessoas correndo no mesmo ambiente.
— Buscamos um consenso. Caso a gente perceba que a situação não funcionou, faremos outras sugestões.
Um que sugere outro tipo de providência é o ciclista Daniel dos Santos, que há 20 anos percorre em alta velocidade a orla, em turmas grandes. Ele acredita que a pista poderia ser dividida entre ciclistas e corredores: os primeiros, junto à calçada, os ciclistas na parte mais afastada:
— Eu já tive incidente. Colidi com outro ciclista, desses que passeiam. Ele não ouviu meus gritos, se atrapalhou e acabamos batendo. É uma situação complicada. Agora teremos de usar outro percurso.

O temor, como reforça Daniel, não é só de colisão entre corredores e ciclistas, mas também entre condutores de bike. Em fevereiro, dois ciclistas morreram ao baterem no viaduto Abdias do Nascimento, próximo ao Estádio Beira-Rio.
No momento, os ciclistas esportivos têm de evitar a Edvaldo (no sentido Centro-bairro), usando, por exemplo, a I Perimetral e a Avenida Borges de Medeiros.