O vôlei brasileiro precisa de Bernardinho. É desta forma que deve ser encarada a volta do treinador finalista de quatro edições de Jogos Olímpicos — ouro em Atenas 2004 e Rio 2016 e prata em Pequim 2008 e Londres 2012.
O anúncio feito na noite desta quarta-feira (27) pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) não surpreendeu. Afinal, era o que se imaginava desde o momento em que ele foi anunciado como coordenador técnico da equipe masculina em setembro, quando o gaúcho Renan Dal Zotto ainda dirigia a seleção.
Renan saiu após conquistar a vaga no Pré-Olímpico disputado no Rio de Janeiro. A partir de então, a volta do ex-levantador da Geração de Prata (vice-campeã mundial em 1982 e olímpica em Los Angeles 1984) passou a ser questão de tempo.
E aqui, vale lembrar que Bernardinho só deixou o comando da seleção após o tri olímpico por decisão própria. Nesse período, ele chegou a dirigir a França e acabou se afastando por problemas pessoais.
O retorno de Bernardinho mexe com a comunidade esportiva e enche de esperanças o torcedor, que nos últimos anos viu a seleção ficar fora do pódio olímpico em Tóquio e perder a hegemonia histórica no Campeonato Sul-Americano.
Mas o experiente treinador terá uma tarefa árdua, até porque a atual geração brasileira já não dispõe de talentos no mesmo calibre das equipes montadas e dirigidas por ele no período em que comandou a seleção.
Apesar do período curto até Paris, é inegável que olhar para a beira da quadra e ver o treinador que levou o Brasil a seis pódios consecutivos em Jogos Olímpicos (contando os dois bronzes com a seleção feminina em 1996 e 2000) dá outra dimensão à equipe. Muda até mesmo a forma como os rivais irão observar a equipe brasileira.
Se hoje o Brasil está atrás de Polônia, Estados Unidos, França e Itália, com a volta do treinador não podemos deixar de acreditar que a seleção voltará a frequentar o pódio em Paris.