Para que o agronegócio continue contribuindo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho é preciso que tenha condições básicas de se desenvolver. Isso inclui questões de infraestrutura como energia, telefonia e estradas. É essa carência que chama a atenção no caso dos arrozeiros, que dizem ter a produtividade ameaçada por falhas no fornecimento de energia. Não é só quem planta arroz que enfrenta esse gargalo, tema abordado na edição de sexta-feira do caderno Campo e Lavoura.
Energia é fundamental para orizicultores (que precisam de máquinas para levar água até a lavoura), produtores de leite (que armazenam o produto em local refrigerado) e produtores de soja que querem irrigar o plantio com o objetivo de melhorar a produtividade e fugir da estiagem.
A lista de problemas na infraestrutura disponível no meio rural conta ainda com a ineficiência do serviço de telefonia. É fraco ou inexistente o sinal de celular em muitos pontos do Estado, o que dificulta o contato do produtor com técnicos, fornecedores e clientes. Também não são muitos agricultores e pecuaristas que têm a sorte de contar com acesso à internet com velocidade pelo menos razoável.
Conectar o campo com o mundo é urgente, também, na forma física. De novo, ilustrativamente, entra o caso dos arrozeiros. Em encontro recente com o vice-governador, Beto Grill, para pedir apoio na solução para o problema de energia, os produtores aproveitaram para solicitar a restauração da RST-101, que liga Mostardas ao restante do Estado.
É lá que ocorrerá, em fevereiro, a Abertura Oficial da Colheita do Arroz. Se nada for feito, ainda que de forma paliativa, diante do prazo curto, quem for ao evento enfrentará as precárias condições da estrada. É esse conjunto de problemas que desestimula o produtor gaúcho e embute o risco de minar o desenvolvimento do setor agropecuário e do Rio Grande do Sul como um todo.