
Um agente da Polícia Federal (PF) foi pego com US$ 200 mil em espécie durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão da Operação Sem Desconto, que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele é suspeito de envolvimento no esquema. As informações são do jornal O Globo.
O homem, identificado como Philipe Roters Coutinho, aparece em imagens de câmeras de segurança no Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo. No local, onde é lotado, ele teria escoltado o então procurador-geral do INSS Vírgilio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e o empresário Danilo Trento em uma área de segurança.
Conforme relatório da PF entregue à Justiça, os dois também utilizaram viatura da entidade, destinada "para uso exclusivo em serviço por policiais federais".
Além de acompanhar Filho, Trento também teria custeado a passagem em um voo de Brasília a São Paulo, em novembro de 2024, conforme a PF. Após, o procurador embarcou para Curitiba em voo executivo. Ao O Globo, a defesa de Filho disse que não iria se manifestar.
Também ao jornal, Trento negou que tenha pagado a passagem de Filho e disse que o encontro foi coincidência.
Fraude no INSS
O policial federal alegou que conhece Trento, mas não Filho. Ele teria escoltado o empresário pois "(ele) desembarcou muito atrasado do voo comercial e pediu que eu o levasse à área de viação executiva de forma a não perder o slot do voo". Coutinho não se manifestou sobre a quantia encontrada com ele.
A PF afirma, em relatório, que teria ocorrido "ilegalidade na conduta do agente", e que ele possui “movimentações em viagens com perfil de compra atípico, consubstanciadas em deslocamentos com compra de passagens ‘em cima da hora’ e voos ‘bate/volta’, principalmente para Brasília”.