Os pais do menino Caleb Ávila, morto aos nove meses em Viamão, tinham uma visita agendada com equipes da assistência social do município no dia 29 de janeiro. No entanto, os profissionais encontraram a casa vazia e não conseguiram realizar o atendimento.
Foi neste dia que a criança foi levada sem vida à Unidade de Pronto Atendimento, pelos pais que disseram que o filho havia se engasgado. No entanto, a perícia confirmou que a criança possuía diversas lesões pelo corpo, o que indica que era torturado há bastante tempo. Peterson Francisco Avila dos Santos, 23 anos, e Rayssa de Lara Cândido, 19, foram presos na quarta-feira (5).
Ainda nos primeiros meses de vida, Caleb chegou a ser encaminhado a um abrigo por suspeita de maus-tratos, após uma internação hospitalar. Cerca de 15 dias depois a guarda foi devolvida para os pais, com a condição de que participassem de programas da prefeitura.
As equipes do programa Criança Feliz (Primeira Infância Melhor) e do Centro de Referência Especializado em Assistência Social tentaram realizar visitas, mas sem sucesso. Entre as dificuldades apontadas pelos profissionais estavam a resistência da família, trocas de endereço e até evasões de atendimento — como ocorreu no dia da morte.
Conforme a delegada Jeiselaure de Souza, a perícia apontou diversas lesões, sendo algumas antigas.
— Tinha hemorragia nos rins, na pleura, várias lesões em cores diferenciadas. A distribuição dessas lesões e a coloração levam tranquilamente à conclusão de que ele sofreu muitas agressões em tempos diferentes — descreveu a delegada.
Depoimentos colhidos pela polícia apontam que as agressões eram cometidas pelo pai, com a conivência da mãe, que tinha conhecimento da situação. A mulher chegou a sair de casa, mas retornou com o filho para o convívio com o agressor.
Eles foram indiciados pelo crime de tortura qualificada pelo resultado morte, com o agravante de ter sido cometido contra uma criança.