
Condenada pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, aos 11 anos, em abril de 2014, no município de Três Passos, no noroeste do Rio Grande do Sul, Edelvânia Wirganovicz teve a prisão domiciliar revogada.
A decisão, desta terça-feira (25), concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, determina que ela retorne ao regime semiaberto. Edelvânia foi condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O advogado que defende Edelvânia, Jean Severo, afirmou à reportagem que lamenta a decisão. "Edelvânia corre enorme risco de vida pela natureza do crime que foi condenada".
Em maio de 2022, Edelvânia Wirganovicz foi para o regime semiaberto. Em 2023, uma decisão do juízo da 2ª Vara de Execuções Criminais da comarca de Porto Alegre, determinou que Edelvânia utilizasse tornozeleira eletrônica em razão da falta de vagas no sistema prisional.
Relembre o caso
Edelvânia Wirganovicz era amiga da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini. Ela admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.
O garoto Bernardo foi morto em abril de 2014, aos 11 anos, após receber uma superdosagem de sedativo. Além de Edelvânia, foram condenados pelo crime o irmão dela, e o pai e a madrasta do menino.
Todos foram condenados por homicídio em 2019. No entanto, a sentença de Leandro, considerado mentor do assassinato pelo Ministério Público, foi anulada pelo Tribunal de Justiça (TJ) em 2021.
Em 10 de dezembro de 2022, o 1º Grupo Criminal do TJ determinou a anulação do júri e a realização de um novo julgamento para Leandro Boldrini.
O pai de Bernardo obteve progressão de regime em julho de 2023. Com isso, passou a cumprir pena no semiaberto. Ele também foi beneficiado pelo uso de tornozeleira eletrônica pelo mesmo motivo de Edelvânia.
Atualmente, Boldrini vive em Santa Maria. Em março de 2024, ele foi selecionado para uma vaga no programa de residência médica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mantido pela Universidade Federal de Santa Maria. No início de fevereiro deste ano, contudo, ele foi desligado após ter o registro médico cassado.
Nota da defesa de Edelvânia
"Lamentamos profundamente a revogação da prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica que Edelvânia estava submetida. Em um presídio semiaberto, Edelvânia corre enorme risco de de vida pela natureza do crime que foi condenada, se algo de ruim acontecer a ela o culpado será o Ministério Público do RS, que não se contentou somente com a condenação de Edelvânia e quer impor um sofrimento ainda maior a esta mulher.
Jean Severo"