O Hospital Monporto, em Rio Grande, no sul do Estado, tem a inauguração marcada para 1º de março. O investimento foi de R$ 150 milhões, feito pela Rede de Saúde Açores, que reúne 26 sócios da região. A operação terá início com 120 leitos hospitalares, mas a capacidade total chegará a 200 conforme a demanda de pacientes. O centro iniciará as atividades com 228 médicos em 31 especialidades.
Segundo o presidente do Hospital Monporto, Rafael Avancini, apesar de ser uma instituição privada, o centro foi criado também com o objetivo de melhorar a saúde pública da região. Exemplo disso é a expectativa de desafogar dois centros de saúde da cidade, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Santa Casa do Rio Grande, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
— Apesar de terem convênios, muitos pacientes da região utilizam a estrutura pública para exames, cirurgias e internação. Por isso, elas entram na mesma fila. Agora, essas pessoas vão ter outra opção (o Monporto), o que vai facilitar o acesso ao SUS nos outros dois hospitais. É uma necessidade de longa data — comenta.
Avancini diz que o centro quer ser referência para 1,1 milhão de pessoas em 29 municípios da região sul do RS. Bagé, Jaguarão e Canguçu são exemplos de prefeituras com as quais já existem parcerias para receber pacientes; usuários do IPE Saúde também serão beneficiados.
— O hospital tem uma estrutura para que os gestores possam utilizá-la da melhor forma. Estamos oferecendo para as prefeituras uma excelente estrutura para que a cidade disponibilize esse tipo de serviço à população. Parcerias público-privadas são feitas para isso — acrescenta.
A direção estima que diariamente cerca de 70 pessoas de Rio Grande se desloquem a outros municípios – principalmente Pelotas e Porto Alegre – em busca de exames e procedimentos cirúrgicos. A ideia do investimento é "reter" o paciente na cidade, ao ser uma opção de assistência próxima. Entre as 31 especialidades oferecidas estão cardiologia, oftalmologia, ortopedia, oncologia e cirurgia geral. A saúde mental também será um dos pilares do centro, conforme o presidente:
— Vimos uma demanda de tomadores de serviço, de empresas, a Marinha do Brasil, a Refinaria de Petróleo Riograndense, para que tivéssemos uma atenção especial aos funcionários e familiares na questão da saúde mental. Por isso, criamos uma equipe para atuar no serviço de emergência e internação provisória desses pacientes.
O investimento também contempla a estrutura para a realização de atendimentos robóticos, com a preparação da estrutura do prédio para receber os equipamentos.
— Hoje, a cidade e a região não têm profissionais habilitados para pilotar um robô: isso é algo que há apenas nos grandes centros. Mas as tecnologias devem decolar rápido nos próximos dois anos, então já deixamos a estrutura pronta para isso. Quando tivermos a mão de obra, basta colocar a tecnologia à disposição do médico, da comunidade, sem ter que fazer nenhum tipo de obra física ou investimento maior — argumenta Rafael Avancini.
Heliponto e emergência 24 horas
Além dos 228 médicos, outros 211 funcionários e 60 terceirizados farão parte da equipe do hospital no início das atividades; o número de profissionais aumentará conforme forem abertos mais leitos, afirma a direção.
O hospital tem 15 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 22 mil metros quadrados localizado na Avenida Presidente Vargas, no bairro São Paulo, em frente ao Estádio Aldo Dapuzzo. A estrutura terá um heliponto à disposição mantido em parceria com a Marinha, que disponibilizará o local para os deslocamentos.
O Monporto tem um centro de diagnóstico por imagem preparado para o atendimento eletivo e de emergência e sala de recuperação pós-operatória. Somado a isso, há uma emergência 24 horas, com plantão permanente presencial na pediatria, ortopedia e traumatologia, clínica geral e cirurgia geral.
O projeto da nova instituição teve início em 2019, e as obras começaram no fim de 2021. No dia 16 de fevereiro, as atividades no Monporto começarão com a chamada “soft opening”, uma simulação do funcionamento feita por funcionários com atores contratados. O objetivo é treinar a equipe e testar os processos do local. Em 1º de março começam os atendimentos.