A média móvel de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Porto Alegre por pacientes em estado grave devido ao coronavírus caiu, neste sábado (12), pela primeira vez em 12 dias, indicam dados atualizados até as 19h pelos próprios hospitais no painel da prefeitura. A ocupação geral nas UTIs da cidade, no entanto, está em 90,6%, índice considerado preocupante por médicos.
Neste sábado, a média de uso dos leitos intensivos referente à última semana é de 291,6 pacientes por dia, um pouco abaixo da média de sexta-feira (11), de 292,9.
A variação é preliminar e ainda não indica tendência. A última queda na média ocorreu em 1º de dezembro, mas foi apenas um passo fora da curva: passou de 257,9 para 257,6 e, logo em seguida, voltou a subir diariamente.
O cálculo usado por GZH é a média móvel, um indicador que ameniza interferências diárias para fornecer uma fotografia da semana, em vez de uma imagem de um único dia.
Na prática, calcula-se quantos pacientes ocupam, em média, as UTIs da cidade no intervalo de uma semana – a cada dia que passa, a média muda porque um dia novo é incluído e o mais antigo da análise é excluído.
A proporção de internados com coronavírus frente aos demais também caiu neste sábado na Capital. Ao longo da última semana, a pandemia gerava o uso de 40% das vagas de UTI. Hoje, era de 37,3% dos 798 leitos disponíveis.
Mas a ocupação ainda segue alta – 27% acima do melhor momento após o pico da pandemia na cidade. Três hospitais estão lotados: Moinhos de Vento, Mãe de Deus e Cristo Redentor. Outros seis operam com 90% ou mais da capacidade. Os hospitais Porto Alegre e Restinga foram os únicos que não haviam atualizado as informações neste sábado.
No momento mais arriscado da pandemia, a média de ocupação das UTIs chegou a ser pior – no ápice, em 7 de setembro, eram 339 pacientes com covid-19 por dia. No entanto, médicos desmarcaram cirurgias eletivas para liberar vagas, o que é mais difícil fazer agora em virtude da necessidade de tratar outras doenças da população.
A alta ocupação hospitalar também preocupa médicos porque, ao contrário de outros anos, o limite que se aproxima é o das UTIs, e não dos leitos clínicos, como tradicionalmente ocorre em invernos na capital gaúcha.
Na prática, UTIs exigem equipamentos específicos, uma internação mais longa, uma equipe especializada e o isolamento total para não contaminar outros pacientes. Além disso, a ocupação de hospitais de Porto Alegre tende a cair no verão, o que não ocorreu neste ano em função da pandemia.
Porto Alegre registrou até agora 67,2 mil infecções por coronavírus e 1,6 mil mortes. O bairro mais afetado é o Sarandi, com 2,6 mil casos, seguido do Partenon e da Lomba do Pinheiro, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Nesta sexta-feira (11), o mapa do distanciamento controlado do Palácio Piratini classificou, pela primeira vez, regiões em bandeira preta. Foram duas: Bagé e Pelotas.