O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, descartou risco de circulação do vírus Ebola no Brasil neste momento. Mesmo assim, estão sendo emitidas recomendações aos estados e municípios, além de reforçado o alerta em portos e aeroportos internacionais.
Segundo Chioro, o Brasil segue orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de colaborar com o combate ao vírus Ebola na fonte, ou seja, nos países africanos da Libéria, Guiné e Serra Leoa, onde há maior circulação e casos de morte. Para isso, estão sendo enviadas 15 toneladas de kits com medicamentos e equipamentos de proteção, já que a falta de estrutura de trabalho e para atendimento médico nestes países é um dos fatores que facilita a proliferação de casos. O ministro anunciou ainda, nesta sexta-feira (8), que vai doar R$ 1 milhão à OMS para serem usados na estruturação dos hospitais de campanha.
No Brasil, algumas medidas de prevenção estão sendo tomadas:
- um hospital por estado está sendo equipado para que sirva como referência e esteja preparado para atender e isolar casos suspeitos de Ebola. Nos estados que foram sede da Copa, será usada a mesma estrutura;
- kits de biosegurança serão enviados a todos os hospitais de referência e aeroportos internacionais. Os equipamentos foram adquiridos para a Copa para casos de ameaças de terrorismo biológico e tem capacidade de isolar completamente os profissionais;
- a ANVISA orientou as equipes de portos e aeroportos internacionais para possíveis casos em que a suspeita de contaminação por Ebola surja durante um voo. Também estão alerta para situações em que um passageiro tenha visitado um dos países com circulação do vírus e se colocado em situação de risco. Podem atender ainda pessoas que identificarem sintomas e precisarem de ajuda imediata;
- o Centro de Operação e Emergência em Saúde do Ministério da Saúde foi reativado na operação de nível 2 (vai de 0 a 4), que significa que ao surgir um caso suspeito uma equipe vai imediatamente fazer o atendimento e coletar material para exame. Segundo o ministério, 60 pessoas no país estão habilitadas a fazer esta operação;
- o laboratório Evandro Chagas, localizado no Ceará, será usado para análise de material coletado de pessoas com sintomas suspeitos do vírus. São considerados casos suspeitos, por critérios do governo brasileiro, pessoas que estiveram nos países onde há o vírus e apresentarem febre súbita;
- casos suspeitos devem ser notificados ao Ministério da Saúde pelo telefone 0800 644 6645;
- profissionais da saúde ou missionários que pretendam prestar auxílio humanitário nos países onde há circulação do Ebola devem fazer somente por meio de missões oficiais do Ministério da Saúde;
Este é o maior surto dos 40 anos em que se tem conhecimento do vírus Ebola. De cada 100 pessoas que adoeceram, 68 morreram. Segundo o ministério, de dezembro do ano passado até 4 de agosto deste ano, 1,7 mil casos foram identificados nos países da África Ocidental, sendo que 932 foram a óbito.
A transmissão do vírus se dá pelo contato com sangue infectado ou secreções, como fezes, vômito e urina. A doença pode ficar encubada de um a 21 dias e neste período não há risco de transmissão. Os sintomas do Ebola são febre e hemorragia.