
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta terça-feira (25) um acordo para produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. A partir de 2026, segundo o governo, serão ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação conforme a demanda e a capacidade produtiva.
No primeiro momento, o objetivo é atender a população elegível à imunização pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) entre 2026 e 2027. A assinatura do acordo ocorre em evento no Palácio do Planalto, com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e autoridades do setor.
A iniciativa, informou o governo, integra uma estratégia de fortalecimento da indústria brasileira, para dar autonomia e buscar novas soluções para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Com acesso limitado a imunizantes contra a dengue, o Ministério da Saúde enviou 6,5 milhões de doses aos Estados e municípios no ano passado. A vacina foi incorporada ao SUS para o público de 10 a 14 anos que reside em localidades prioritárias. Com baixa adesão, apenas 3,3 milhões de doses foram aplicadas. A bula do fabricante permite que pessoas entre quatro e 59 anos sejam imunizadas.
A parceria anunciada nesta terça-feira envolve o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics. A produção se dará pelo Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do Ministério da Saúde, que já foi aprovado e está em fase final de desenvolvimento tecnológico.
O investimento total na parceria é de R$ 1,26 bilhão e integra o PAC, programa do governo que, neste caso, tem o Instituto Butantan como beneficiário de investimentos para infraestrutura e fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
O Ministério da Saúde alerta que, até que seja viabilizada a vacinação em massa, continuam fundamentais o reforço das ações de prevenção, vigilância e preparação da rede de assistência, essencial para evitar óbitos.
Durante o evento, também serão anunciadas outras três parcerias público-privadas: a primeira planta produtiva de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) de insulina da América Latina, o desenvolvimento de uma vacina nacional contra gripe aviária e a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR). A produção de insulina poderá atingir 70 milhões de unidades anuais ao final do projeto, de acordo com a previsão do governo. O primeiro fornecimento está previsto para o segundo semestre de 2025.
No caso da vacina contra o VSR, parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer permitirá a produção de até 8 milhões de doses anuais, atendendo à demanda do SUS e possibilitando a ampliação do público-alvo, incluindo a população idosa. O primeiro fornecimento para o SUS também está previsto para o segundo semestre de 2025.
Por fim, o pacote de medidas incluirá inovação e acesso à vacina Influenza H5N8, contra a gripe aviária, colocando o Brasil na vanguarda global para apresentar uma resposta rápida e eficaz a futuras emergências.
"Fica garantida a composição de estoque estratégico, fortalecendo a preparação e a aceleração da capacidade de produção e inovação do país, permitindo ajustes rápidos na formulação da vacina conforme a evolução do patógeno; e a capacidade produtiva disponível para a produção e fornecimento de mais de 30 milhões de doses/ano", explicou, em nota, o Ministério da Saúde.