Criada em 1919, a tradicional Banca do Holandês prepara a abertura de sua terceira loja fora do Mercado Público de Porto Alegre. Após expandir nos últimos quatro anos com unidades nos bairros Bela Vista e Higienópolis, a marca terá sua nova operação no térreo de um empreendimento da construtora CFL na esquina entre as avenidas Nilo Peçanha e João Wallig, no bairro Passo d'Areia, em frente ao Shopping Iguatemi.
Após meses de negociação, com pedidos das duas partes, o contrato foi assinado no começo deste ano. O complexo, que está sendo construído junto ao Country Club, terá uma torre com apartamentos, salas comerciais e um hotel. A área a ser ocupada pela Banca do Holandês tem 450 metros quadrados, tornando esta a maior loja da marca. Com esse tamanho, a ideia é que todos os 9,8 mil produtos que a empresa vende estejam expostos no local.
Neste momento, a CFL está fazendo adequações no espaço da loja, etapa que deve ficar pronta em junho. Depois, a banca entra para fazer a sua parte da obra. Serão investidos R$ 3 milhões, contando também equipamentos feitos sob medida. A previsão de inauguração ficou para agosto deste ano, diz o sócio Sérgio Lourenço, que tem como parceiros de negócio a esposa Adriana e os filhos Lourenço e Renata.

Conceito europeu
Sérgio e Adriana acabam de voltar de uma viagem à Europa, onde foram visitar uma feira, mas também aproveitaram para conhecer sete mercados públicos europeus. Na mala, trouxeram ideias.
— Nesta nova loja, vamos nos inspirar muito nesses conceitos europeus, fugindo muito daquela coisa americana. Na Europa, o self-service praticamente não existe. Iremos implantar ideias de produtos, de visual e de atendimento, que é uma coisa que prezamos muito — diz Sérgio.
— Com esta loja, queremos atender um público que já é nosso cliente, mas que hoje precisa se deslocar para nossas outras unidades. Não dá para pegar o que tem em uma loja e replicar nesta nova. Cada operação tem a sua característica — completa o filho Lourenço.
Uma novidade é um espaço com padaria e cafeteria, onde os clientes poderão consumir no local. A operação também terá uma adega com mais de 3 mil rótulos de vinhos e espumantes à venda, assim como na primeira loja que a Banca do Holandês construiu fora do Mercado Público, na Rua Pedro Ivo. Outro destaque da nova unidade está na venda de queijos, com mais de 200 marcas expostas.
A nova loja da Banca do Holandês terá um elevador com acesso à garagem do empreendimento no subsolo, que será gratuito para clientes que consumirem no local. Dentro da operação, a cor laranja terá destaque nas paredes e no teto. O projeto arquitetônico é do escritório Dino Damiani Arquitetura.
Com a abertura da nova loja, a Banca do Holandês passará de 120 para 160 funcionários na equipe.

Mais planos
Apesar da expansão acelerada nos últimos anos, a Banca do Holandês tem recusado muitos convites para abrir lojas em outras cidades. Eles vieram do interior do Estado, do Litoral e até de fora do Rio Grande do Sul. O foco, pelo menos por enquanto, é em melhorar as lojas que já existem.
— Só fomos abrir uma loja fora do Mercado Público após 100 anos. Nos últimos quatro anos, nossa equipe cresceu 300%. Só conseguimos fazer essa expansão com rapidez porque tivemos todo esse tempo para aprender sobre os produtos e como atender o cliente — diz Lourenço.
— Com o apoio do nosso centro de distribuição, teríamos capacidade para abrir mais duas lojas, mas temos que ir com calma. Não é em qualquer lugar — completa Sérgio.
Recentemente, a primeira loja da Banca do Holandês no Mercado Público passou por uma reforma geral. Com novos equipamentos, os 35 metros quadrados foram melhor aproveitados, e a impressão que dá é de que a loja está maior do que antes, dizem frequentadores do Mercado Público. A próxima unidade a passar por uma intervenção parecida é a Adega do Holandês, localizada na banca 38.

A banca também está investindo no desenvolvimento de uma inteligência artificial que atenderá os clientes nos canais digitais. A ideia é que o robô entregue sugestões de alimentos para montar um café da manhã ou uma cesta de presentes, por exemplo.
Hoje, 70% do que a Banca do Holandês vende é importado. Porém, a empresa tem apostado em produtos de marca própria, fabricados em seu centro de distribuição no 4º Distrito. No local, são feitos quiches, pastas, pães, entre outros. A última invenção foi um bacalhau com arroz, que começou a ser vendido na última semana.