
O ex-diretor da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Passo Fundo, Vinícius Francisco Toazza, está entre os seis presos suspeitos de utilizar a associação para beneficiar uma organização criminosa. A detenção preventiva de Toazza ocorreu na sexta-feira (11), em Porto Alegre.
As prisões acolheram um pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do RS (MP-RS). Três pessoas já se encontravam no sistema prisional e uma foi detida em Passo Fundo. O sexto suspeito cumpre medida cautelar.
Em nota (confira na íntegra abaixo), o advogado de defesa de Toazza, Vicente Teston Machado, afirma que ele colabora desde o início com as investigações e que "ao tomar conhecimento da existência do decreto de prisão, compareceu voluntariamente na sede do Palácio da Polícia para o imediato cumprimento estando à disposição da Justiça".
O Ministério Público nega que ele tenha se apresentado, e disse que a prisão foi cumprida pelos agentes do Gaeco na capital gaúcha, em local não informado.
A ação é um desdobramento da Operação Papillon, deflagrada em maio de 2024, que apurou que os suspeitos estavam beneficiando um grupo criminoso por meio da associação.
Segundo a investigação, apenados com extensa ficha criminal e grande saldo de pena a cumprir eram indevidamente selecionados para ingressar no sistema Apac. Dessa forma, com a participação de responsáveis pela fiscalização, passavam a agir livremente.
Os criminosos tinham faltas acobertadas em um esquema que culminou com várias fugas do estabelecimento e retomada de suas práticas criminosas. A investigação também apontou a prática de tráfico de influência, favorecimento real, falsidade ideológica e fraude processual.
Além disso, o MP diz que representantes da associação atuavam negociando drogas e armas, facilitando a entrada de celulares no sistema penitenciário e intermediando pleitos de integrantes de facção junto às autoridades.
Nota da defesa
A defesa de V.F.T informa que está tomando ciência dos documentos que compõem a investigação protagonizada pelo MP/RS e que já trabalha para o pleno reestabelecimento da liberdade do investigado e de sua inocência frente a tais acusações.
De ponderar, nesse momento, que o investigado possui uma vida ilibada voltada ao trabalho social como voluntário tendo atendido as populações mais vulneráveis no Estado do RS. Por conta disso, detém o reconhecimento dos mais diferentes setores da sociedade, inclusive de órgãos responsáveis pela execução penal.
Desde as primeiras notícias, de que haveria investigação em curso, manifestou-se em colaboração à escorreita apuração dos fatos, inclusive, licenciando-se da Direção da APAC Passo Fundo, ainda no mês de julho de 2024.
Na data de ontem (sexta, 11), ao tomar conhecimento da existência do decreto de prisão, compareceu voluntariamente na sede do Palácio da Polícia para o imediato cumprimento estando à disposição da Justiça.