A histórica Ponte de Pedra já apresenta sinais de desgaste, após cinco anos das obras de restauro. Há fissuras aparentes na base e, em um ponto perto do espelho d’água, um descolamento parcial dá a impressão de que buracos se formam no revestimento. A sujeira saliente sobre a pintura branca confere também um aspecto de abandono.
Inaugurada em 1848, a ponte cruzava um dos braços do Arroio Dilúvio, que se bifurcava onde hoje está o Colégio Estadual Protásio Alves. A estrutura perdeu sua função quando o curso d'água foi canalizado, em 1937, mas acabou virando um cartão-postal de Porto Alegre.
Em 2016, foram restaurados os revestimentos externos e internos da ponte, feita uma base com impermeabilização para acabar com a degradação das alvenarias em arco, pintura com tinta à base de silicato na cor branca de toda a área revestida, entre outras melhorias, em um investimento superior a R$ 500 mil.
Depois da obra de restauro da ponte, foram feitos os novos espelhos d’água do Largo dos Açorianos, por outra empresa. Segundo o diretor da empresa responsável pela obra na época, a Arquium Arquitetura e Restauro, Paulo da Luz, houve escavações próximas aos apoios da ponte e estaqueamento para sustentação da laje de concreto nessa segunda etapa.
— Essa movimentação e vibração geraram rachaduras e fissuras que não existiam na finalização da obra de restauro — afirma. — Com isso, houve um descolamento em alguns pontos no revestimento da ponte.
Paulo da Luz conta que a Arquium apresentou soluções à prefeitura na época, mas não foi contratada para realizá-las. Ele relata que, antes da inauguração do Largo dos Açorianos, em 2019, uma outra empresa pintou a alvenaria da base do revestimento.
GZH questionou a prefeitura de Porto Alegre sobre por que as fissuras e o descolamento ocorreram, se existe algum risco estrutural e se há intenção de realizar novos reparos. Por nota, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus) respondeu que técnicos da equipe de obras irão ao local, possivelmente, nesta quarta-feira (16) para verificar a situação e avaliar as melhores ações para conservação.