
Deputados de oposição ao governo, que atualmente controlam a Comissão de Segurança da Câmara, aprovaram nesta terça-feira (8) um projeto de lei (PL) que visa proibir o uso de armas de fogo por integrantes da equipe de segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de todos os ministros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A justificativa seria a posição desarmamentista do chefe do Executivo. O placar final foi de 15 votos favoráveis, oito contrários e uma abstenção. Agora, a proposta segue para a Comissão de Administração e Serviço Público.
O relator da matéria, Gilvan da Federal (PL-ES), fez declarações agressivas ao comentar o tema, desejando a morte do chefe do Executivo.
— Eu quero mais que Lula morra, eu quero que ele vá para o quinto dos infernos. Eu quero mais que ele morra, e que (os seguranças dele) andem desarmados — disse.
O autor da proposta, Delegado Caveira (PL-PA), argumenta que a atuação dos agentes de segurança deve “estar de acordo com a ideologia do atual mandatário, que não vê nas armas de fogo algo benéfico para a sociedade”.
Segundo ele, seria necessário “vedar o uso de arma de fogo por esses agentes”. Ainda conforme Caveira, “é uma medida coerente com a visão do atual governo de promover uma cultura de paz, reduzir a violência e buscar soluções não violentas para os desafios de segurança”.
No relatório, Gilvan afirma que “é moralmente inaceitável o uso do armamento por parte dos seguranças do presidente da República e dos ministros”.
— Consideramos fundamental a adequação da segurança do presidente da República e de seus ministros de Estado à realidade imposta pelos mesmos ao cidadão comum — justificou.
Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) foi o único governista a discursar contra o projeto. Ele classificou a proposta como absurda e questionou se ela seria uma expressão de “burrice” ou de “mau-caratismo” por parte dos parlamentares.
— Na hipótese de não ser ignorância, qual a outra hipótese para um projeto pitoresco como esse? — provocou.