
Suspenso por falta de interessados, o projeto de concessão do mercado público e de parte da Maesa, em Caxias, começa a ganhar novos contornos. O objetivo da equipe da Secretaria do Planejamento é ter a nova versão da proposta — a terceira desde que se optou pela concessão — até o início de maio.
Entre as possibilidades, reveladas pelo secretário municipal de Planejamento e Parcerias Estratégicas, Marcus Vinicius Caberlon, em entrevista à Gaúcha Serra, está a ampliação da área a ser concedida ao parceiro privado, que antes envolvia seis blocos e uma das duas praças. Se esse for o caminho adotado, todo o lado leste do complexo, entre o pavilhão central e a Rua Treze de Maio, entraria no negócio.
A mudança é importante porque envolve dois pavilhões que, na versão anterior, ficariam de fora. Trata-se do pavilhão 6, na fachada da Treze de Maio até a esquina com a Rua Plácido de Castro, e o pavilhão 8, que fica ao lado e se estende pela Plácido.
O estudo de potenciais de uso de todo o complexo sugeria a instalação no bloco 8 de um centro gastronômico com restaurantes, além de lojas e secretarias. Essa possibilidade de concorrência com atividades semelhantes às do mercado público foi um dos motivos de afastamento de investidores.
Adicionar o prédio ao negócio, portanto, pode ser interessante por eliminar a incerteza, mas também aumenta o valor do investimento. Outras formas de oferecer mais segurança aos interessados também são avaliadas, já que a ampliação da área exige nova aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Clareza do uso
Acima de tudo, Caberlon destaca a necessidade de dar clareza ao uso que cada área do complexo terá. Para o pavilhão 6, por exemplo, o estudo original sugeria a implantação de hotel e área de exposições, que também poderiam receber outras atividades, concorrentes ao mercado. O prédio também está indicado para receber estacionamento, a principal reivindicação de potenciais investidores.
Vale lembrar que, nos últimos meses, o mesmo bloco tem sido indicado para abrigar a Secretaria Municipal de Educação (Smed). Seria uma estratégia para gerar público ao empreendimento.
Os investidores já disseram o que querem. Resta agora buscar um desenho que contemple também os interesses do município e, principalmente, dos caxienses.